Carta do Especialista, 06 de outubro de 2.023
A Carta do Especialista de hoje é dedicada ao SER HUMANO, com planos para conseguir viver – e bem – até os 120 anos de idade, manipulando seus processos biológicos e se aproveitando da evolução da ciência. Nesta linha trarei alguns grandes exemplos e perspectivas inovadoras na área da Saúde, como as vacinas mRNA, a pílula mágica que substitui a academia de ginástica, os disruptivos implantes neurais sem fio, o gel à base de veneno da aranha para disfunção erétil e o medicamento que faz crescer novos dentes.
Bora lá?
Viver até os 120 anos está se tornando uma perspectiva imaginável 
Os esforços para desacelerar o envelhecimento estão ganhando asas e, por trás disso, há um grupo de cientistas fascinados e ambiciosos, bilionários entusiasmados e auto interessados, e cada vez mais, pessoas comuns que acreditam que o comportamento e medicamentos certos poderiam adicionar anos, talvez décadas, às suas vidas.
Viver até os 100 anos hoje não é algo inédito, mas ainda é raro. Nos Estados Unidos e na Grã-Bretanha, os centenários compõem cerca de 0,03% da população. Se os esforços mais recentes para prolongar a vida atingirem seu potencial, viver para ver seu 100º aniversário pode se tornar a norma; e almejar os 120, uma aspiração perfeitamente razoável. 
Mais emocionante ainda, esses anos adicionais seriam saudáveis. O progresso que foi feito na expansão da expectativa de vida até agora veio ao contrariar as causas da morte, especialmente as doenças infecciosas. O processo de envelhecimento em si, com suas mazelas associadas, como a demência, ainda não foi desacelerado. Desta vez, essa é a intenção.
A ideia é manipular processos biológicos associados ao envelhecimento que, quando atenuados em animais de laboratório, parecem estender suas vidas. Alguns destes são familiares, como restringir severamente o número de calorias que um animal consome como parte de uma dieta equilibrada
. Viver uma vida com restrição calórica é demais para pedir à maioria das pessoas; mas medicamentos que afetam as vias biológicas relevantes parecem trazer resultados semelhantes. Um deles é a metformina, aprovada para uso contra diabetes tipo 2; outro é a rapamicina, um imunossupressor usado em transplantes de órgãos.
Outro caminho é desenvolver medicamentos que matam células “senescentes”, para as quais o corpo não tem mais uso. Os meios naturais para descartar essas células, como vários outros mecanismos de reparo, enfraquecem com a idade. Dar a eles uma mão amiga não é apenas uma questão de organização: células senescentes causam todos os tipos de mau funcionamento em suas vizinhas saudáveis. 
Para os verdadeiros crentes, isso é apenas o começo. Grupos de pesquisadores acadêmicos e comerciais estão estudando como rejuvenescer células e tecidos, alterando os marcadores “epigenéticos” nos cromossomos, que dizem às células quais genes devem ativar. Esses marcadores se acumulam com a idade; remova-os e você pode produzir as células de um corpo de 20 anos dentro de um que tem, na verdade, 65. 
Uma causa para preocupação são os cérebros das pessoas. Desacelerar o envelhecimento corporal não mudará o fato de que o cérebro tem uma capacidade finita, e está presumivelmente adaptado pela seleção natural para expectativas de vida convencionais. A sociedade, portanto, terá que encontrar maneiras de se adaptar ao envelhecimento normal nos cérebros: centenários podem, por exemplo, se encontrar cada vez mais ocupados fazendo perguntas a seus assistentes de diário de IA para as quais uma vez teriam lembrado a resposta. 
Uma preocupação ainda maior é que nenhuma dessas ideias foi testada formalmente em pessoas. Isso se deve em parte ao fato de que as agências de aprovação de medicamentos ainda não reconhecem a velhice como uma condição tratável, tornando os ensaios difíceis de serem registrados. Por sua própria natureza, tais ensaios devem seguir milhares de pessoas ao longo de muitos anos, aumentando seus custos e complexidade. A falta de testes também se deve em parte ao fato de que muitas das propostas iniciais usam moléculas fora da patente que são de pouco interesse para as empresas farmacêuticas. No entanto, alguns ensaios estão em andamento.
Qualquer desenvolvimento que faça as pessoas viverem de forma saudável por mais tempo e aproveitarem mais o que o mundo tem a oferecer é motivo de celebração. Algumas pessoas, observando o interesse dos bilionários em startups que promovem a longevidade, preocupam-se que os benefícios serão capturados principalmente pelos ricos, levando a uma classe de “Übermenschen” (um termo alemão popularizado pelo filósofo Friedrich Nietzsche, que se refere a um ser que superou as limitações humanas e alcançou um estado superior) de vida longa, que potencialmente poderia surgir devido ao acesso exclusivo a tecnologias de prolongamento da vida, poderia dominar o povo de vida curta, ou seja, aqueles que, por várias razões, como falta de acesso ou recursos, não conseguem aproveitar essas mesmas tecnologias para estender suas vidas, criando assim uma disparidade social e ética onde uma elite vive significativamente mais e possivelmente exerce influência e poder sobre aqueles com expectativas de vida padrão ou mais curtas.”. Mas as tecnologias têm um histórico de disseminação e barateamento à medida que o fazem.
O fato de muitas pessoas viverem muito mais tempo terá amplas ramificações. Mais obviamente, as vidas profissionais serão estendidas, como já foram à medida que a expectativa de vida aumentou, e possivelmente ainda mais para as mulheres, que perderão menos suas carreiras para ter filhos, talvez diminuindo a desigualdade no local de trabalho. Com o tempo, poderia haver mudanças mais profundas. Pessoas que vivem mais podem se preocupar mais com ameaças que estão mais distantes, como o estado do mundo em 2100. A longevidade permite o acúmulo paciente de capital, um fator no surgimento de uma classe média. E os tempos em que o poder político é exercido principalmente por homens jovens, como a Idade Média na Europa, tendem a ser mais violentos do que quando prevalecem cabeças mais velhas e frias. As famílias abrangerão ainda mais gerações e, presumivelmente, redes maiores de ex-namorados, meios-irmãos e primos de quarto grau. Isso os atomizará ou os unirá? Um excesso de centenários marginalizará os jovens para sempre e um dia, as pessoas se apegarão ao elixir da vida, se ele se tornar disponível. A seleção natural não tem interesse na longevidade indefinida per se: os traços que melhor se espalham são aqueles que tornam os organismos aptos em seu auge; aqueles que ajudam a viver quando a reprodução é uma memória distante devem trabalhar através de filhos e netos. No entanto, o impulso visceral de se apegar à vida é o traço mais básico de todos. De fato, está prevalecendo hoje – com um efeito tentador.
A perspectiva de viver até os 120 anos, ou mesmo além, não é apenas uma questão de estender a quantidade de anos que vivemos, mas também a qualidade desses anos adicionados. A ciência está avançando, explorando novas fronteiras e desafiando as noções preconcebidas de envelhecimento e longevidade. E enquanto navegamos por essas águas inexploradas, somos confrontados com perguntas éticas, sociais e biológicas que exigem nossa reflexão e consideração.
A sociedade está preparada para acomodar uma população que vive significativamente mais? Como as estruturas familiares e sociais se adaptarão? E, talvez o mais intrigante de tudo, como nossas mentes e consciências se ajustarão a uma vida que ultrapassa os limites previamente aceitos da existência?
A busca pela longevidade não é apenas uma jornada científica, mas uma exploração que nos leva a questionar a própria natureza da vida, a passagem do tempo e o significado da existência. E enquanto exploramos essas questões, talvez descubramos que a verdadeira “fonte da juventude” não reside apenas em prolongar nossos anos, mas em abraçar cada momento da nossa existência com uma apreciação profunda e uma curiosidade insaciável.
Afinal, a busca pela longevidade não é meramente uma busca por mais tempo, mas por oportunidades adicionais para aprender, explorar, conectar e enriquecer o tecido da experiência humana. E nessa jornada, podemos descobrir que a verdadeira essência da vida não se encontra na duração dos nossos dias, mas na maneira como escolhemos vivê-los. 
https://www.economist.com/leaders/2023/09/28/living-to-120-is-becoming-an-imaginable-prospect
As Vacinas de mRNA Contra a COVID-19 Salvaram Vidas e Ganham um Nobel — O Que Esperar da Tecnologia Agora?
Em meros três anos, as vacinas de mRNA não só salvaram milhões de vidas e tornaram-se um nome familiar, mas também foram recentemente laureadas com um Prêmio Nobel 
. E o avanço não para por aí. Após o sucesso estrondoso dessa tecnologia, que permitiu a criação rápida de vacinas contra a COVID-19, investidores têm investido bilhões para expandir as possibilidades terapêuticas do mRNA, prometendo revolucionar a saúde pública ao abordar doenças infecciosas difíceis, cânceres e distúrbios genéticos raros.
Matthias Stephan, imunologista, expressa um entusiasmo que ressoa na comunidade científica: “O céu é o limite”. As vacinas de mRNA, que se destacaram não só pela eficácia e segurança, mas também pela rapidez de desenvolvimento e distribuição durante a pandemia, representam uma esperança na luta contra patógenos resistentes e, potencialmente, contra o câncer. 
A flexibilidade e simplicidade na produção de vacinas de mRNA são vantagens inegáveis, como aponta Norbert Pardi, cientista de vacinas. Essa tecnologia permite que as vacinas sejam reformuladas rapidamente para enfrentar a natureza sempre mutante de vírus como o SARS-CoV-2 e influenza, ou serem utilizadas como uma ferramenta de resposta rápida diante de novas ameaças infecciosas.
Onde a tecnologia de mRNA pode realmente brilhar é no combate a patógenos que têm sido um desafio para as farmacêuticas, como o citomegalovírus (CMV), que tem frustrado os desenvolvedores de vacinas por mais de meio século. Sallie Permar, pesquisadora, vê o mRNA como um “game-changer” nesse cenário.
E o futuro das vacinas de mRNA não se limita a doenças infecciosas. Derrick Rossi, da New York Stem Cell Foundation, afirma: “O próximo grande passo é, com certeza, o câncer”. A pesquisa sobre o câncer tem buscado uma vacina que possa treinar o sistema imunológico para combater tumores, e o mRNA pode ser a chave para desenvolver vacinas que atinjam vários antígenos em células tumorais simultaneamente, dificultando a evasão das células cancerígenas.
Mas as aplicações do mRNA no câncer podem ir ainda mais longe, como destaca Elad Sharon, oncologista. E quando falamos em edição de genoma, a natureza efêmera do mRNA é uma vantagem, permitindo que as instruções para a produção de enzimas sejam entregues às células e depois desapareçam, evitando edições genéticas indesejadas.
Lior Zangi vê um futuro expansivo para as aplicações do mRNA: “Há uma possibilidade real de que isso leve a muitos novos medicamentos para várias doenças diferentes”. E assim, navegamos nas ondas da inovação científica, com o mRNA pavimentando caminhos para um futuro em que a medicina é simultaneamente revolucionária e precisamente direcionada. 
https://www.nature.com/articles/d41586-023-03119-x
Uma Pílula de Exercício: A Ciência em Busca da Saúde Sem Suor
Ah, o exercício! Aquele hábito que todos nós sabemos que deveríamos adotar, mas que, por vezes, nos escapa entre os dedos da rotina agitada. E se eu lhe dissesse que cientistas estão à beira de uma descoberta que poderia nos permitir colher os benefícios do exercício sem sequer calçar os tênis de corrida? Seria uma pílula milagrosa? 
É quase isto…A equipe da Universidade da Flórida, nos Estados Unidos, testou um novo fármaco, uma molécula chamada SLU-PP-332, em ratos obesos
, conseguindo não apenas impulsionar o metabolismo dos roedores, mas também incrementar o ganho muscular e a perda de peso. Um avanço notável, não acha?
Mas, por que isso é tão relevante? O exercício regular tem um impacto positivo substancial na nossa saúde, oferecendo benefícios comprovados para pessoas com condições cardiovasculares, diabetes e certos tipos de câncer. Além disso, a atividade física tem sido associada a uma melhor condição cerebral, com menores riscos de estresse, depressão ou demência, segundo o Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido (NHS).
A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda entre 2,5 e 5 horas por semana de atividade moderadamente intensa. No entanto, 25% dos adultos e 80% dos adolescentes não atendem a essas recomendações. É aqui que a ciência entra, buscando maneiras de replicar pelo menos uma fração desses benefícios para a saúde – e parece que eles podem ter conseguido. 
A droga, parte de uma classe proposta de tratamentos conhecidos como “miméticos de exercício”, imita as adaptações fisiológicas associadas às atividades físicas. “Este composto basicamente diz ao músculo esquelético para fazer as mesmas mudanças que você vê durante o treinamento de resistência”, disse Thomas Burris, professor de farmácia e líder da equipe de pesquisa.
Os ratos no ensaio aumentaram seu gasto energético – ou seja, queimaram mais calorias – sem qualquer mudança de hábitos. Eles também acumularam menos gordura em seus corpos e melhoraram seu sistema metabólico.
Quer saber como funciona? Quando o corpo se exercita, precisa de mais oxigênio e energia, mudanças metabólicas que são observáveis em nível celular. Durante o ensaio, os pesquisadores focaram nos receptores relacionados ao estrogênio (ERRs), que são encontrados em partes do corpo que requerem muita energia, como músculos, coração e fígado. Os ERRs são impulsionados pela atividade física, um efeito replicado pelo SLU-PP-332. 
Se for desenvolvido com sucesso, o medicamento poderia ser um divisor de águas para pessoas que sofrem de obesidade, diabetes ou simplesmente para idosos que tendem a experimentar uma diminuição da massa muscular ao longo do tempo. “Isso pode ser capaz de manter as pessoas mais saudáveis à medida que envelhecem“, disse Burris. Poderíamos dispor de um futuro saudável, e sem suor!
Embora os resultados iniciais sejam promissores, pesquisas adicionais são necessárias, incluindo sobre efeitos colaterais, antes que os ensaios em humanos possam começar.
A ciência está, sem dúvida, avançando a passos largos, mas enquanto essa pílula de exercício não está disponível, que tal uma caminhada ao ar livre? Às vezes, os benefícios vão além do físico, permeando nosso bem-estar mental e emocional. E você, o que acha dessa inovação científica?
Será que no futuro trocaremos os tênis por uma pílula ou ainda encontraremos prazer na sensação do vento tocando nosso rosto durante uma corrida matinal? 
Implantes Cerebrais: Uma Nova Abordagem Usando Wifi de Banda Larga
A ciência sempre nos surpreendendo e, desta vez, o palco é a comunicação entre o cérebro humano e os computadores através de implantes neurais sem fio, uma proposta que, sem dúvida, parece ter sido retirada de um filme de ficção científica, mas que está bem aqui, sendo desenvolvida por pesquisadores da Purdue University. 
Nosso corpo, em sua sabedoria e complexidade, gera pequenos sinais elétricos como parte de seus processos fisiológicos regulares. Esses impulsos são utilizados para diversas funções, incluindo a comunicação entre os neurônios no cérebro e o funcionamento muscular. E é aqui que a ciência entra, aproveitando o poder desses sinais elétricos para criar interfaces cérebro-computador (BCI).
Estas BCI, que já têm a capacidade de gravar e estimular diferentes áreas do cérebro, agora estão sendo levadas a um novo patamar com uma técnica chamada comunicação eletro-quasistática do corpo humano (EQS-HBC). Esta tecnologia explora o uso do corpo humano como meio para a comunicação elétrica de baixa frequência, aproveitando as propriedades elétricas naturais do corpo humano para transmitir dados entre dispositivos eletrônicos ou sensores.
No entanto, como em toda jornada científica, os pesquisadores encontraram um obstáculo: a comunicação era restrita devido ao tecido condutor que cercava o implante. Mas a ciência, persistente como sempre, não parou por aí. Os pesquisadores adotaram uma abordagem em duas fases chamada comunicação cerebral quasistática bifásica para implantes neurais sem fio. Baibhab Chatterjee, que liderou o estudo, explicou: “Neste trabalho, demonstramos uma técnica chamada comunicação cerebral quasistática bifásica (BP-QBC), que pode reduzir esse consumo de energia em ordens de magnitude (~41X redução em 1 MHz), possibilitando a criação de um canal de comunicação de banda larga, porém de ultrabaixo consumo de energia”.
Esta inovadora metodologia de comunicação sem fio entre o cérebro e os computadores abre caminho para perspectivas emocionantes no desenvolvimento de futuros implantes cerebrais. Ela tem o potencial de oferecer insights valiosos sobre uma variedade de condições médicas, incluindo, mas não se limitando a, doença de Parkinson, Síndrome de Tourette, epilepsia e depressão.
Os resultados, publicados na revista Nature Electronics, não são apenas um avanço, mas um convite à reflexão sobre até onde a tecnologia pode nos levar e como ela pode ser utilizada para melhorar a qualidade de vida de inúmeras pessoas.
Agora, permita-me uma pausa para reflexão: estamos à beira de uma nova Era, onde a tecnologia e o corpo humano se entrelaçam de maneiras antes inimagináveis. Mas, enquanto navegamos por essas águas desconhecidas, é imperativo que ponderemos sobre as implicações éticas, morais e sociais dessas inovações: como garantimos que essas tecnologias sejam acessíveis e beneficiem a todos? Como protegemos os dados que são transmitidos de e para nossos cérebros? E, talvez o mais importante, como garantimos que essas inovações sejam desenvolvidas e utilizadas de maneira responsável e ética?
Estas são perguntas que não podem ser deixadas sem resposta e, enquanto celebramos os avanços da ciência e tecnologia, também devemos manter um diálogo aberto e honesto sobre como navegar por este novo território.
Afinal, a ciência e a tecnologia estão aqui para servir à humanidade, e é nosso dever coletivo garantir que elas sejam utilizadas de uma maneira que beneficie a todos nós, sem exceção. 
https://interestingengineering.com/science/electro-quasistatic-fields-brain-implant
O Veneno da Aranha para Disfunção Erétil e o Medicamento Revolucionário para Regeneração Dentária 
Em um mundo onde a ciência e a tecnologia avançam a passos largos, somos constantemente surpreendidos por descobertas que têm o potencial de redefinir o que conhecemos sobre saúde e bem-estar. Para finalizar a Carta do Especialista de hoje, apresentarei duas inovações recentes, uma envolvendo o veneno de uma aranha e outra a regeneração dentária, destacam-se não apenas pela sua inovação, mas também pela esperança que trazem para milhões de pessoas ao redor do mundo.
Aranha-Armadeira: O Veneno que Pode Ser a Solução
A busca por tratamentos para disfunção erétil levou pesquisadores da UFMG, sob a liderança da Professora Maria Elena de Lima, a explorar o veneno da aranha-armadeira, resultando na criação da molécula sintética BZ371A. Originada de estudos profundos sobre o priapismo causado pelo veneno, a molécula já passou por testes clínicos de fase 1, mostrando-se não tóxica para humanos e eficaz na promoção da ereção peniana através de aplicação tópica. A Biozeus Biotecnologia, detentora da patente, avança para testes de fase 2, com foco em homens pós-prostatectomia. O BZ371A, além de promissor para homens, também demonstrou segurança em sua aplicação em mulheres, abrindo portas para futuras aplicações em disfunções sexuais femininas. Este projeto, marcado por inovação e potencial global, coloca o Brasil em destaque no desenvolvimento farmacêutico.
Toregem Biopharma: Um Sorriso Renovado pela Ciência
Por outro lado, temos a história inspiradora de Honoka Kiso e a Toregem Biopharma, que estão na vanguarda da regeneração dentária. A perda de dentes, seja por razões genéticas ou devido a acidentes e doenças, sempre foi vista como um problema irreversível. No entanto, a Toregem, através de uma pesquisa meticulosa e inovação, desenvolveu um medicamento que inibe uma proteína que impede o crescimento dentário, abrindo portas para um futuro em que a perda de dentes pode ser revertida.
O medicamento, que inativa a “proteína USAG-1”, já foi testado com sucesso em furões e tem planos para ensaios clínicos em humanos em 2024. A história da Toregem é um testemunho de que a inovação, quando entrelaçada com a humanidade e a determinação, pode criar soluções que vão além da tecnologia, tocando vidas de maneira significativa e duradoura.
Inovação e Empatia: A Conexão Humana
Estamos à beira de um futuro em que o impossível está se tornando possível. Onde o veneno de uma aranha pode ser a chave para desbloquear uma vida sexual saudável e onde a perda de dentes pode ser uma preocupação do passado. Estas inovações, e muitas outras que estão por vir, são um testemunho do poder da ciência quando combinada com a paixão, a curiosidade e a determinação. A inovação científica, especialmente no campo da saúde, não é apenas sobre descobertas e desenvolvimento de novos tratamentos. É sobre melhorar a vida das pessoas, sobre tornar o dia a dia mais fácil e sobre criar um futuro em que cada indivíduo tem a oportunidade de viver sua vida da maneira mais plena e saudável possível.
E assim, seguimos, tecendo a teia do conhecimento e plantando as sementes da inovação, sempre com um olhar atento ao impacto humano e à melhoria contínua da nossa sociedade e do nosso bem-estar coletivo. 
https://interestingengineering.com/health/gel-from-spider-venom-boost-erections
E, para finalizar…. Se você gosta da Carta do Especialista e do podcast TrenDs News, quase sempre aberto por alguns conteúdos dela, que tal levar um time de especialista TrenDs News, com a minha moderação, para realizarmos um painel temático sob medida para você e sua empresa? Entre em contato pelos meus canais ou fale com nossa agência: https://polopalestrantes.com.br/palestrantes/trends-news-talks
