13 de outubro de 2023

Sexta-feira 13…Espírito de Haloween…rs… A Carta do Especialista da semana passada foi 100% sobre o ser humano e como ele pode viver até os 120 anos. Agora é uma vez das máquinas…

Já que é uma extensão do feriado, e você provavelmente tem um pouco mais de tempo, sugiro que leia os 5 artigos da Carta do Especialista de hoje e tente conectá-los. Imagine um mundo onde os robôs sejam construídos de forma independente – e sustentável, pelo menos – e que, além de serem inteligentes, possam expressar emoções profundas. Robôs capazes de suportar mais de 700 vezes seu próprio peso e imitar perfeitamente qualquer humano. Ah, e que também pode refletir imediatamente sobre qualquer face humana, buscando imediatamente todas as informações disponíveis sobre seu proprietário…

Tá com medo? Não é para menos…

Bora lá?

Como a Disney deu Vida a um Pequeno Robô com Grandes Emoções

A Disney sempre nos encantou com suas histórias, personagens e, claro, sua habilidade única de mesclar fantasia e realidade. E agora, em um palco iluminado pela inovação na Conferência Internacional IEEE/RSJ sobre Robôs e Sistemas Inteligentes de 2023, a magia ganhou uma nova forma: um pequeno robô, repleto de expressividade e carisma, que promete redefinir nossa percepção sobre a robótica e a inteligência artificial.

Desenvolvido por uma equipe liderada por Moritz Bächer, do Disney Research em Zurique, este robô, em sua essência, é uma celebração da confluência entre tecnologia e emoção. Ele é mais do que um conjunto de peças mecânicas e algoritmos; é a personificação de como a tecnologia pode ser moldada para criar experiências genuínas e tocantes.

A jornada para dar vida a este pequeno ser mecânico foi pavimentada pela união de animação e aprendizado por reforço. A equipe da Disney Research desenvolveu um processo integrado que, através de simulações meticulosas, harmoniza a visão criativa dos animadores com movimentos robóticos sólidos e realistas, possibilitando que o robô se movimente e expresse emoções de uma forma que ressoa autenticidade e vitalidade.

Mas a verdadeira magia reside na capacidade do robô de comunicar emoção e intenção de uma maneira que não apenas seja perceptível, mas também tangível para nós, humanos. A Disney mostrou que a funcionalidade e a expressividade não precisam ser mutuamente exclusivas. Em cenários onde humanos e robôs coexistem, a capacidade de um robô de comunicar emoção e intenção não é apenas valiosa, mas essencial para criar interações significativas e positivas.

Este pequeno robô, ainda sem nome, é mais do que um personagem; é uma plataforma que transcende o hardware, permitindo a rápida implementação de novos comportamentos e adaptações a diferentes formas e funções robóticas. Ele é um passo promissor em uma jornada onde a expressividade robótica se tornará cada vez mais prevalente e sofisticada, abrindo portas para um futuro em que a tecnologia pode ser tão emotiva e envolvente quanto qualquer personagem animado.

A Disney, com sua inovação contínua e sua habilidade de contar histórias, não apenas criou um robô, mas também nos deu um vislumbre de um futuro em que a tecnologia e a emoção coexistem harmoniosamente. Este é um mundo onde a tecnologia não é percebida como fria ou distante, mas como algo com o qual podemos nos conectar emocionalmente e interagir de maneira significativa.

E assim, a magia continua, na interseção da animação, robótica e inteligência artificial, prometendo um futuro em que as barreiras entre tecnologia e emoção são não apenas quebradas, mas completamente inexistentes. A magia, parece, encontrou um novo lar, e estamos todos convidados a entrar e explorar este novo mundo emocionante e envolvente.

https://spectrum.ieee.org/disney-robot

Um Pequeno Gigante: Garra Robótica Leve e Suave Eleva 100 kg

A soft robotic gripper that mimics a woven structure. Credit: Nature

A inovação na robótica suave tem sido um campo de exploração fascinante e, agora, uma conquista notável emerge das mentes brilhantes do Dr. Song Kahye, do Centro de Pesquisa em Robótica Inteligente no Instituto Avançado de Ciência e Tecnologia da Coreia (KIST), e do Professor Lee Dae-Young, do Departamento de Engenharia Aeroespacial no mesmo instituto. Juntos, eles desenvolveram uma garra robótica suave que, apesar de sua estrutura leve e maleável, é capaz de levantar objetos com um peso impressionante de mais de 100 kg, utilizando apenas 130 gramas de material.

A robótica suave tem sido celebrada por sua habilidade de manipular objetos com delicadeza e precisão, utilizando materiais flexíveis como tecido, papel e silicone. No entanto, um desafio persistente tem sido a sua capacidade limitada de carga e estabilidade ao segurar objetos, especialmente sob impacto externo. A solução proposta por Kahye e Dae-Young é tão engenhosa quanto inspirada por técnicas antigas: a tecelagem.

Ao invés de buscar novos materiais ou reforçar a estrutura, a equipe optou por aplicar uma técnica de tecelagem inspirada nos têxteis, entrelaçando fios individuais para criar um tecido forte, capaz de suportar objetos pesados. Utilizando plástico PET fino, criaram garras que permitem que as tiras se entrelacem, formando uma estrutura tecida.

O resultado é uma garra tecida que, pesando meros 130 gramas, consegue agarrar um objeto de até 100 kg. Em comparação, garras convencionais do mesmo peso mal conseguem levantar 20 kg. E, considerando que uma garra capaz de levantar o mesmo peso pesa por volta de 100 kg, a equipe conseguiu uma melhoria significativa na capacidade de carga relativa ao seu próprio peso.

Além disso, a nova garra robótica suave utiliza plástico que é extremamente competitivo em preço, custando apenas alguns milhares de won por unidade de material. Ela pode agarrar objetos de diversas formas e pesos, tornando-se uma garra universal. O processo de fabricação é simples e pode ser concluído em menos de 10 minutos, simplesmente fixando uma tira de plástico.

A versatilidade não para por aí. A garra pode ser feita de diversos materiais, como borracha e compostos elásticos, permitindo que a equipe customize e utilize garras adequadas para locais industriais e logísticos que requerem uma performance de agarramento forte, ou em vários ambientes que precisam resistir a condições extremas.

Dr. Song, em uma declaração oficial, expressou o potencial revolucionário desta inovação: “A garra com estrutura tecida desenvolvida pelo KIST e KAIST possui as vantagens de um robô suave, mas pode agarrar objetos pesados ao nível de uma garra rígida. Ela pode ser fabricada em uma variedade de tamanhos, de moedas a carros, e pode agarrar objetos de várias formas e pesos, de cartões finos a flores, então é esperado que seja usada em campos como indústria, logística e tarefas domésticas que requerem garras suaves.”

A inovação, neste caso, não reside apenas na tecnologia, mas na habilidade de olhar para trás, para técnicas antigas, e aplicá-las de novas maneiras, criando soluções que são não apenas eficazes, mas também eficientes e economicamente viáveis. E assim, a robótica suave dá um passo gigante rumo ao futuro, provando que, às vezes, a força verdadeira reside na suavidade.

https://www.inceptivemind.com/new-lightweight-soft-robotic-gripper-lift-100-kg/34829/

ElevenLabs Constrói uma Máquina Universal de Dublagem IA

Olha só a Disney aparecendo novamente…

Quando a Disney lança um novo filme em inglês, a empresa retorna e o localiza em até 46 idiomas globais para tornar o filme acessível ao maior público possível. Este é um empreendimento colossal, para o qual a Disney tem uma divisão inteira – a Disney Character Voices International Inc – para lidar com a tarefa. E não é como se estivessem trazendo Chris Pratt de volta ao estúdio de gravação para dublar suas falas em GotG III em islandês e suaíli – cada versão soa um pouco diferente, dado os atores de voz locais. No entanto, com um novo sistema de “dublagem IA” da ElevenLabs, poderíamos em breve ter uma recriação próxima da voz de Pratt, independentemente do idioma falado na tela.

A ElevenLabs, uma startup de IA, oferece um serviço de clonagem de voz, permitindo que os assinantes gerem vocalizações quase idênticas com IA, com base em alguns minutos de uploads de amostras de áudio. Não é totalmente surpreendente que, assim que o recurso foi lançado em beta, ele foi imediatamente explorado para imitar celebridades, às vezes até mesmo sem o conhecimento e consentimento prévios delas.

A nova funcionalidade de dublagem IA faz essencialmente a mesma coisa – em mais de 20 idiomas diferentes, incluindo hindi, português, espanhol, japonês, ucraniano, polonês e árabe – mas legitimamente e com permissão. Esta ferramenta é projetada para uso por empresas de mídia, educadores e influenciadores digitais que não têm o Disney Money™ para financiar seus esforços de adaptação global.

A ElevenLabs afirma que o sistema será capaz de não apenas traduzir “conteúdo falado para outro idioma em minutos”, mas também gerar novos diálogos falados no idioma alvo usando a própria voz do ator. Ou, pelo menos, uma recriação gerada por IA. O sistema é até mesmo supostamente capaz de manter a “emoção e entonação” do diálogo existente e transferir isso para a tradução gerada.

“Isso ajudará o público a desfrutar de qualquer conteúdo que desejarem, independentemente do idioma que falam”, disse o CEO da ElevenLabs, Mati Staniszewski, em um comunicado à imprensa. “E significará que os criadores de conteúdo podem acessar facilmente e autenticamente um público muito maior em todo o mundo.”

https://www.engadget.com/elevenlabs-is-building-a-universal-ai-dubbing-machine-130053504.html

Módulos Microeletrônicos sustentáveis e… Com Vida Própria?

por Matthias Fejes,

A tecnologia, com sua busca incessante por inovação, frequentemente se depara com desafios que parecem intransponíveis. No entanto, uma pesquisa recente da Universidade de Tecnologia de Chemnitz, liderada por Matthias Fejes, nos oferece uma perspectiva fascinante sobre como a tecnologia pode, de fato, coexistir de maneira sustentável – e praticamente autônoma – com nosso mundo densamente povoado.

A produção em massa de dispositivos tecnológicos, sejam eles dispositivos eletrônicos, carros, baterias, telefones, eletrodomésticos ou robôs industriais, encontra-se cada vez mais em desacordo com os ecossistemas sustentáveis e limitados alcançados pelos organismos vivos, que se baseiam em células, há milhões de anos. As células destes organismos vivos oferecem interações ambientais suaves e sustentáveis, com reciclagem completa de componentes materiais, com exceções notáveis como a criação de oxigênio na atmosfera e das reservas de combustíveis fósseis de óleo e carvão.

Imagine uma tecnologia que se assemelha à vida, que se auto-organiza, se autorrepara e, ainda mais, é sustentável. Os módulos microeletrônicos auto dobráveis, denominados SMARTLETs, estão se mostrando um avanço que pode ser a chave para desbloquear uma forma de “tecnologia viva”. Incrível, não acha?

Os SMARTLETs, que carregam minúsculos chiplets (pequenos blocos de circuitos integrados que podem ser combinados de maneira modular para criar um chip semicondutor mais complexo, permitindo maior flexibilidade e eficiência na produção de microchips) de silício entre as dobras, para um aumento massivo nas capacidades de processamento de informações, estão se mostrando capazes de se auto-organizar em organismos artificiais complexos. Eles não apenas armazenam informações suficientes para codificar funções complexas, mas também receitas de fabricação (genomas eletrônicos) para salas limpas, permitindo que os módulos sejam copiados e evoluídos como células, mas de forma segura, devido ao controle da reprodução através de instalações de salas limpas operadas por humanos.

Aristóteles, em sua obra “Poética”, explorando o conceito de “mimesis”, propôs que a “Arte imita a vida”. Agora, parece que a Eletrônica está assumindo este papel…

Se os SMARTLETs são montados em grande número de acordo com um plano de construção eletrônico específico, um organismo artificial é criado. E aqui reside a beleza e a promessa de sustentabilidade. Esses módulos, com capacidade de auto locomoção e automontagem/desmontagem, podem se auto-organizar para reciclagem. Eles podem ser recuperados, reutilizados, reconfigurados e redistribuídos em diferentes organismos artificiais.

A auto-montagem específica desses módulos, baseada em códigos de barras físicos correspondentes, possibilita conexões elétricas e fluidas entre eles, permitindo que os chiplets eletrônicos a bordo estejam “cientes” do estado de montagem e de possíveis erros, direcionando reparos e corrigindo montagens incorretas.

Aqui, a sustentabilidade é abraçada de uma forma revolucionária. A descrição completa da fabricação digital para os módulos permite que seu conteúdo material, originador responsável e exposição ambiental relevante sejam todos lidos e gerenciados. A Prof.ª Dagmar Nuissl-Gesmann, destaca que essa documentação detalhada de responsabilidade será revolucionária, permitindo a atribuição legal de responsabilidade ambiental e social para nossos artefatos técnicos.

Então, o que temos aqui é uma tecnologia que não só é inovadora e promissora em termos de capacidades técnicas, mas que também carrega em seu DNA uma preocupação genuína e prática com a sustentabilidade. Uma tecnologia que não apenas coexiste, mas prospera de maneira segura e responsável em nosso planeta.

Agora, imagine um futuro em que a tecnologia e a sustentabilidade caminham lado a lado, onde uma alimenta a outra de forma cíclica e benéfica. Os SMARTLETs nos dão um vislumbre desse futuro, e é um futuro que, sem dúvida, todos nós queremos fazer parte.

E você, está pronto para embarcar nessa jornada de descoberta e inovação sustentável? A sua jornada começa agora, ao compartilhar esta informação, ao discutir com amigos.

https://techxplore.com/news/2023-10-morphogenesis-self-assembling-microelectronic-modules-yield.html

“Demasiado Perigoso”: A Tecnologia que Até o Google Temia Lançar

Um exemplo das fotos divulgadas por PimEyes quando uma foto do autor Bobby Allyn foi carregada no site. Algumas das fotos são facilmente encontradas em uma pesquisa no Google. Mas mesmo a pessoa retratada na foto não sabia que algumas dessas imagens existiam online. pimeyes.com

Imagine-se caminhando por uma rua movimentada, capturando a imagem de um rosto desconhecido e, em questão de segundos, sendo capaz de identificar essa pessoa com a ajuda de uma ferramenta online. Esta não é uma cena de um filme futurista, mas uma realidade possibilitada pelo PimEyes, uma das ferramentas de reconhecimento facial mais potentes e publicamente disponíveis na internet.

Desenvolvido em 2017 por dois programadores poloneses, o PimEyes não apenas escaneia um rosto em uma foto, mas também explora os recantos mais obscuros da internet para trazer à luz imagens que muitas pessoas nem sabiam que existiam delas mesmas. E enquanto a empresa defende que o serviço pode ajudar as pessoas a monitorar sua presença online, a controvérsia surge pelo seu uso como uma ferramenta de vigilância, coletando imagens de crianças e adicionando fotos de pessoas falecidas ao seu banco de dados sem permissão.

Giorgi Gobronidze, atual CEO do PimEyes, argumenta que o abuso da ferramenta foi superestimado, destacando que o PimEyes, tecnicamente, não identifica pessoas por si só, mas sim sites que identificam imagens semelhantes ao material de busca. No entanto, a questão que se impõe é: até que ponto podemos confiar que uma tecnologia tão poderosa será utilizada de maneira ética e moral pela sociedade?

Quando grandes nomes da tecnologia, como o Google, hesitam em lançar tecnologias semelhantes devido ao seu potencial perigoso, é um sinal claro de que precisamos parar e refletir sobre os caminhos que estamos trilhando. Eric Schmidt, ex-CEO do Google, já em 2011, expressou suas preocupações, afirmando que a tecnologia de reconhecimento facial era “demasiado perigosa” nas mãos erradas.

A tecnologia de reconhecimento facial pode, sem dúvida, trazer benefícios, como auxiliar pessoas cegas ou facilitar a identificação de indivíduos em situações específicas. No entanto, o risco de comprometimento da privacidade dos cidadãos e a potencial utilização desta tecnologia para fins de vigilância e perfilamento por governos e empresas privadas é uma realidade que não pode ser ignorada.

A história do PimEyes nos faz refletir sobre a necessidade urgente de regulamentações e leis que governem o uso da tecnologia de reconhecimento facial, garantindo que ela seja utilizada de maneira ética e segura. É imperativo que a sociedade esteja atenta e questione o desenvolvimento e uso de tecnologias que possam comprometer nossa privacidade e segurança.

Afinal, em uma era onde a tecnologia permeia todos os aspectos de nossas vidas, encontrar um equilíbrio entre inovação e ética é mais crucial do que nunca, e é nosso dever como sociedade garantir que a balança entre progresso tecnológico e integridade moral seja mantida.

https://www.npr.org/2023/10/11/1204822946/facial-recognition-search-engine-ai-pim-eyes-google

E, para finalizar…. Se você gosta da Carta do Especialista e do podcast TrenDs News, quase sempre aberto por alguns conteúdos dela, que tal levar um time de especialista TrenDs News, com a minha moderação, para realizarmos um painel temático sob medida para você e sua empresa? Entre em contato pelos meus canais ou fale com nossa agência: https://polopalestrantes.com.br/palestrantes/trends-news-talks