Carta do Especialista – Especial Educação 📖

Sexta-feira, 18 de agosto de 2023

Se você me acompanha, provavelmente já me ouviu dizer que: a solução dos problemas da Humanidade está na Educação. Acredito que, a partir da capacitação do ser humano, ele irá aprender a pensar e buscar as soluções para outros grandes problemas que temos na humanidade, como fome, falta de água, problemas do meio ambiente, segurança, falta de trabalho, entre tantos outros que podemos mencionar.

O artigo publicado na Carta do Especialista de hoje se baseia no relatório da Unesco “GLOBAL EDUCATION MONITORING REPORT 2023”- “Technology in education: A TOOL ON WHOSE TERMS?”, extremamente bem elaborado e com muito conteúdo, distribuído em 435 páginas, apresentado pela minha querida amiga e cohost do TrenDs NewsAnna Flavia Ribeiro, que pode ser lido em: https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000386147_por

Meu objetivo é o de compartilhar os principais insights que ele gera, fornecendo dados e informações que nos permitam entender o que está acontecendo em nosso mundo em relação ao tema Educação e como a tecnologia está se posicionando neste contexto.

Bora lá?

Será que a Tecnologia é a Chave para Superar os Grandes Obstáculos na Educação? 🤔🔑 

Agenda de Educação Digital da UNESCO

E já que estamos usando a UNESCO como referência deste artigo, sugiro que comecemos elencando os 4 princípios de sua agenda de Educação Digital e busquemos nortear as informações a partir deles:

  • 💡 “A primeira consideração deve ser o que é melhor para o aprendizado“, não a maximização dos lucros ou a expansão do mercado para empresas de tecnologia;
  • 📝 🌍 “A aprendizagem não é algo que acontece na cabeça de uma pessoa isoladamente, mas sim uma prática social”. Assim, a aprendizagem deve ocorrer em ambientes onde os alunos possam interagir, colaborar e resolver problemas juntos;
  • 🌍 “A educação é um direito humano fundamental e a aprendizagem é para todos”. A tecnologia deve ser usada para ampliar o acesso à educação, não para criar novas formas de exclusão digital;
  • 📖“A aprendizagem é para a vida, não apenas para a escola”. A tecnologia deve ser usada para apoiar a aprendizagem ao longo da vida, não apenas o currículo escolar tradicional.

A UNESCO enfatiza que a tecnologia pode ser uma ferramenta poderosa para apoiar a aprendizagem, mas apenas se for usada de maneira apropriada e equitativa. Isso inclui garantir que a tecnologia seja acessível a todos os alunos, independentemente de sua situação econômica, geográfica ou de habilidade. Também inclui garantir que a tecnologia seja usada de maneira a promover a interação social, em vez de isolamento, e para apoiar a aprendizagem ao longo da vida, em vez de apenas o currículo escolar tradicional. 📱🌐

A UNESCO também aponta que a discussão sobre o uso da tecnologia na educação não deve ser dominada por empresas de tecnologia e seus interesses comerciais. Em vez disso, deve ser liderada por educadores, alunos e outras partes interessadas que estão mais preocupados com a qualidade da educação e a equidade no acesso à educação. 👥🚀

Finalmente, a UNESCO sugere que a discussão sobre o uso da tecnologia na educação deve levar em consideração não apenas os benefícios potenciais, mas também os custos, incluindo custos econômicos, sociais e ambientais. 💲🌍

Transformação Digital na Educação 🌐📚

Se o tema é tecnologia, recomendo prestar atenção na Jornada de Transformação Digital: na educação ela é vista como uma solução para muitos desafios educacionais. No entanto, essa transformação vem com um custo. Para países de baixa renda e de renda média baixa implementarem cenários de digitalização, seriam necessários investimentos significativos, aumentando sua lacuna de financiamento em até 50% 💻💲. Mais para frente vamos abordar o assunto financiamento da Educação.

A tecnologia educacional deve priorizar o bem-estar e as necessidades de alunos e professores. Enquanto a personalização na educação é desejada, não podemos esquecer da importância da interação social no aprendizado. A busca por uma educação mais individualizada pode desviar do verdadeiro propósito da educação. A tecnologia, ao ser implementada, deve considerar a diversidade dos alunos. O que é útil para alguns pode ser contraproducente para outros 🎯📚 

Há um equilíbrio delicado entre ser inclusivo e exclusivo. A tecnologia tem o potencial de ser um grande aliado na educação para muitos, mas também pode se tornar um obstáculo para outros, intensificando a exclusão digital. Além de identificar os primeiros e últimos a adotar uma nova tecnologia, é crucial tomar medidas para garantir a equidade no ensino 👥🌐.

O setor tecnológico e o interesse público muitas vezes têm objetivos opostos: a influência crescente das empresas de tecnologia na política educacional é alarmante. Vemos, por exemplo, como os recursos educacionais abertos na web são frequentemente limitados. Precisamos de uma compreensão mais profunda dos interesses por trás da tecnologia educacional para assegurar que o interesse público seja sempre priorizado 🏢📚.

Muitos veem a tecnologia como um investimento promissor para a educação, com benefícios duradouros. No entanto, os custos associados, tanto econômicos quanto ambientais, são frequentemente negligenciados. Com as limitações de acesso e largura de banda, é essencial refletir sobre a sustentabilidade da tecnologia educacional e sua verdadeira contribuição para a resiliência dos sistemas educativos♻️💡.

Recentemente, com o avanço da inteligência artificial, surgiu um debate sobre a relação entre máquinas e humanos. O setor educacional se encontra em uma encruzilhada, ponderando o potencial das tecnologias digitais e os riscos associados.

Mudanças nem sempre são sinônimo de avanço. Só porque algo é tecnicamente possível, não significa que seja a melhor opção. Precisamos garantir que as inovações tecnológicas beneficiem os alunos, evitando situações como a vivenciada na pandemia de COVID-19, onde o ensino remoto não atendeu a todos 🤖🔍.

A tecnologia desenvolvida para outros setores nem sempre é adequada para a educação. Da mesma forma, regulamentações externas podem não atender às necessidades específicas do setor educacional. O que é crucial neste debate é uma visão clara e focada no que é melhor para o aprendizado dos alunos, especialmente os mais vulneráveis 👩🎓📚.

Evolução e Desafios da Educação Infantil e Adulta no Contexto Global 🌍📚

Antes de abordar em profundidade o tema da Tecnologia na Educação, é importante entender o contexto da evolução e desafios da Educação Infantil e Adulta no contexto global: a educação é um pilar fundamental para o desenvolvimento de uma sociedade. Ao longo dos anos, temos observado mudanças significativas nas taxas de participação e matrícula em diferentes níveis educacionais. Este artigo explora as tendências e desafios da educação infantil e adulta no cenário mundial.

Educação Infantil: Progresso e Obstáculos 🧒

Entre 2015 e 2020, a taxa global de participação na educação infantil manteve-se estável em torno de 75%. No entanto, regiões como a África Subsaariana e o Norte da África e Ásia Ocidental, que inicialmente apresentavam as taxas mais baixas, viram um aumento de aproximadamente quatro pontos percentuais.

A pandemia de COVID-19 trouxe desafios significativos. Em países selecionados, como Nepal, Filipinas, Albânia, República Dominicana, Omã e Uruguai, houve uma queda de cerca de 20 pontos percentuais nas taxas de participação.

A oferta de educação pré-primária gratuita mostrou-se um fator determinante para a taxa de matrícula. Países que garantem pelo menos dois anos de educação pré-primária gratuita têm uma taxa média de matrícula de 83%, em comparação com 68% em países que não oferecem essa modalidade.

O ambiente doméstico também desempenha um papel crucial. Em países onde as famílias possuem pelo menos três livros em casa, as crianças tendem a ter ambientes mais estimulantes. No entanto, em quase 40 países, principalmente na África Subsaariana, mais de 90% das crianças têm menos de três livros em casa.

A atividade física é essencial na educação infantil. No entanto, um estudo com 28 países revelou que poucas crianças atingem níveis ideais de atividade física. O rápido avanço da tecnologia e o tempo excessivo em frente às telas estão tornando essa uma preocupação global.

Por último, mas não menos importante, os programas de alimentação escolar têm mostrado ser benéficos não apenas para a educação, mas também para a economia local. Em áreas de baixa renda, esses programas podem aumentar a renda familiar em até 15%. 🏫

Educação para Adultos: Tendências e Desafios 🎓🌍

A taxa mediana de participação de adultos entre 25 e 54 anos em educação e formação formal e não formal é de apenas 3%. No entanto, essa taxa varia de 2% em países de baixa e média-baixa renda para 7% em países de alta renda.

A pandemia de COVID-19 também afetou a participação educacional dos adultos. Em 57 países, principalmente de alta renda, houve uma queda mediana de 10% na taxa de participação.

No ensino superior, a taxa bruta de matrícula global cresceu na última década, mas em um ritmo mais lento após 2015. Em 2020, a taxa de matrícula para mulheres era de 43%, enquanto para os homens era de 37%. No entanto, na educação técnico-vocacional, a lacuna de gênero tende a favorecer os homens.

As micro credenciais surgiram como uma alternativa flexível e de baixo custo para a educação. No entanto, seu valor no mercado de trabalho ainda não é comparável ao dos diplomas tradicionais. Tenho presenciado uma tendência de revisão destes valores. Muitas empresas estão hoje já valorizando mais as competências adquiridas do que os diplomas recebidos.

A educação, seja na infância ou na idade adulta, enfrenta desafios contínuos, desde desigualdades de gênero até o impacto de pandemias. No entanto, com políticas adequadas e investimento, podemos superar esses obstáculos e garantir uma educação de qualidade para todos.

Paridade de Gênero e Alfabetização 📚👩🎓

Desigualdades persistentes, especialmente em relação ao gênero e à alfabetização, continuam a ser desafios em muitas regiões do mundo. Iremos explorar a seguir questões relacionadas a paridade de gênero na educação, assim como algumas tendências globais em alfabetização:

·       👧👦Paridade de Gênero na Educação Primária e Secundária: globalmente, a paridade de gênero na matrícula no ensino primário e secundário foi alcançada antes de 2015. No entanto, regiões como a África Subsaariana ainda lutam para alcançar essa paridade. Em 2020, as disparidades eram evidentes em todos os níveis educacionais, sendo mais pronunciadas no ensino superior.

·       📈Tendências e Desafios da Paridade de Gênero: a situação das meninas em países pobres é particularmente preocupante, especialmente quando se trata de conclusão do ensino médio. Além disso, as disparidades não são uniformes globalmente, e meninas pobres e rurais enfrentam desafios ainda maiores. Surpreendentemente, em termos de resultados de aprendizagem, as meninas superam os meninos em leitura, mas enfrentam desvantagens em ciências e matemática em níveis mais altos.

·       🧒 Desafios para Crianças com Dificuldades e Estudantes de Primeira Geração: crianças com dificuldades, seja sensorial, física ou intelectual, enfrentam barreiras significativas na educação. Além disso, estudantes de primeira geração, aqueles cujos pais não receberam educação formal, também enfrentam desafios consideráveis, com lacunas significativas na conclusão educacional em comparação com seus pares.

·       🔤 Alfabetização, uma perspectiva global: a taxa de alfabetização tem visto melhorias graduais ao longo dos anos. A alfabetização entre os jovens aumentou de 87% em 2000 para 91% em 2015, estagnando ligeiramente até 2020. Enquanto isso, a alfabetização de adultos também viu um aumento modesto. Notavelmente, as mulheres têm feito progressos rápidos em alfabetização, especialmente em países como Índia e Serra Leoa.

·       📖 A Importância da Velocidade de Leitura: a velocidade de leitura é um indicador crucial da proficiência em leitura. Ela tende a aumentar ao longo do ensino fundamental, mas varia consideravelmente entre idiomas devido às diferenças intrínsecas em sistemas de escrita e estrutura linguística.

Enquanto o mundo fez progressos significativos em direção à paridade de gênero na educação e à melhoria das taxas de alfabetização, desafios persistentes permanecem. É essencial abordar essas desigualdades para garantir uma educação inclusiva e equitativa para todos. 📚🌍

🌍💻 Desigualdades nas Habilidades em TIC

A Era Digital trouxe consigo a necessidade de habilidades em Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC). No entanto, a distribuição dessas habilidades é desigual em todo o mundo, com disparidades evidentes baseadas em renda, gênero e riqueza, conforme demonstrando a seguir, junto com o impacto da inteligência artificial no mercado de trabalho:

·       💰🌍 Distribuição Desigual de Habilidades em TIC Baseada em Renda: a capacidade de enviar e-mails com anexos, uma habilidade básica em TIC, varia consideravelmente com base na renda dos países. Enquanto 65% dos indivíduos em países de alta renda possuem essa habilidade, apenas 3% em países de baixa renda podem fazer o mesmo. Mesmo em países de renda média-alta, essa proporção é de apenas 34%.

·       🔝💪 Avanços nas Habilidades em TIC: apesar das desigualdades, houve progresso. Em uma análise de 32 países, predominantemente ricos, 24 deles mostraram uma melhoria de pelo menos cinco pontos percentuais em habilidades de gerenciamento de software entre 2015 e 2019.

·       👨💻 Disparidades de Gênero nas Habilidades em TIC: a disparidade de gênero é evidente, especialmente em níveis mais baixos de habilidades em TIC. Por exemplo, no Baluchistão, Paquistão, para cada 100 homens que podem usar uma fórmula aritmética básica em uma planilha, apenas 8 mulheres possuem essa habilidade. No entanto, em níveis mais altos de habilidade, essa disparidade diminui ou até se inverte. Em Tonga, as mulheres são duas vezes mais propensas a ter essa habilidade em comparação aos homens.

·       💰📶 Disparidade de Riqueza nas Habilidades em TIC: a lacuna de riqueza nas habilidades em TIC é ainda mais pronunciada. Na Mongólia, por exemplo, 39% dos adultos do quintil mais rico possuem habilidades em planilhas, enquanto apenas 1% do quintil mais pobre tem a mesma capacidade.

·       🤖📈 Inteligência Artificial e o Futuro do Trabalho: a ascensão da inteligência artificial traz consigo desafios para o mercado de trabalho. Em 2018, estimava-se que mais da metade dos funcionários precisaria de requalificação significativa para se adaptar às novas demandas de suas funções. No entanto, pode haver um déficit de formadores, já que o número de graduados em TIC, ciências e matemática têm se mantido estável ao longo das décadas.

As habilidades em TIC são cruciais na era digital, mas as desigualdades persistem. É imperativo abordar essas disparidades para garantir que todos tenham acesso às oportunidades da Era Digital e estejam preparados para os desafios futuros trazidos pela inteligência artificial.

Financiamento Global da Educação 💰🌍🎓

O financiamento da educação é um pilar fundamental para garantir uma educação de qualidade e acessível a todos. Nos últimos anos, o cenário global de financiamento da educação tem experimentado mudanças significativas, com algumas regiões mostrando progresso, enquanto outras enfrentam desafios crescentes.

Em 2021, o financiamento global da educação representou 4,2% do PIB, um aumento modesto em relação aos 3,9% em 2005. No entanto, quando olhamos para o gasto governamental com educação, ele compreendeu 14,1% do total de gastos públicos no mesmo ano. Surpreendentemente, entre os 178 países analisados entre 2017 e 2022, 34% não atingiram os benchmarks estabelecidos de investimento em educação.

A receita geral do governo, que é uma fonte crucial de financiamento para a educação, aumentou de 24% para 26% do PIB entre 2000 e 2020. Países como Equador e Tajiquistão viram aumentos significativos na receita e, consequentemente, no financiamento da educação. No entanto, na Argentina e no Azerbaijão, apesar do aumento da receita, a parcela da educação nos gastos públicos diminuiu.

A dívida pública é uma preocupação crescente para muitos países. Em março de 2022, 58% das nações de baixa renda enfrentavam um elevado risco de endividamento insustentável. Países como Ruanda, Zâmbia e Sudão viram seus pagamentos de dívida disparar, comprometendo potencialmente seus investimentos em setores vitais como a educação.

Comparando com a crise da dívida de 1994, os níveis atuais de dívida são significativamente mais baixos. No entanto, se as tendências atuais persistirem, poderíamos ver níveis semelhantes aos dos anos 1990 em menos de uma década.

A ajuda internacional à educação também viu uma queda. Em 2021, a ajuda à educação caiu 7%, chegando a 17,8 bilhões de dólares, com a África Subsaariana experimentando uma queda de 20%. Esta redução é preocupante, especialmente quando consideramos que a lacuna de financiamento anual para os países de baixa e média renda para alcançar os objetivos do ODS 4 até 2030 é estimada em 97 bilhões de dólares.

As bolsas de estudo desempenham um papel crucial na promoção da educação global. Embora tenha havido um aumento significativo nos desembolsos de bolsas de estudo nos últimos anos, a pandemia de COVID-19 impactou negativamente esses números. Além disso, a maioria das bolsas de estudo ainda é direcionada para países de renda média, deixando países de baixa renda em desvantagem.

A Jornada dos Estudantes Internacionais: o número de estudantes que buscam educação fora de seus países de origem tem crescido constantemente. A América do Norte e a Europa Ocidental permanecem como destinos populares, mas a África Subsaariana também está emergindo como uma escolha preferida para muitos.

Em resumo, o financiamento da educação é uma questão multifacetada que requer atenção, investimento e colaboração global para garantir que todos tenham acesso a uma educação de qualidade.

🔍🎓 Monitoramento da Educação e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável

A educação é um pilar fundamental para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Irei explorar o progresso, os desafios e as iniciativas em relação ao ODS 4, que visa garantir uma educação inclusiva e equitativa de qualidade:

·       🎯 Compromissos e Progressos nas Metas Nacionais: até junho de 2022, 75% dos países já haviam se comprometido com metas nacionais relacionadas a sete indicadores chave do ODS 4, com horizontes estabelecidos para 2025 e 2030. Em janeiro de 2023, o UIS e o GEM Report lançaram o “SDG 4 Scorecard: Progress Report on National Benchmarks”, um relatório anual que destaca o progresso dos países em relação a essas metas. Os dados revelaram que 29% dos países provavelmente alcançarão sua meta de 2025 para a taxa de conclusão do ensino médio, enquanto 43% estão no caminho certo para atingir a taxa de participação na educação infantil.

·       📚 Desafios na Definição de Metas: a definição de metas apresenta desafios variados. Países mais pobres, muitas vezes, estabelecem metas extremamente ambiciosas, refletindo uma possível falta de dados e consciência na área de aprendizagem. Em contraste, países mais ricos tendem a definir metas menos ambiciosas, possivelmente devido a níveis de realização em declínio.

·       🌍Iniciativas e Reconhecimentos Globais: o “2022 Transforming Education Summit”, parte da visão do Secretário-Geral da ONU para o futuro da cooperação internacional, foi um passo significativo em direção ao “2024 Summit of the Future”. As metas nacionais do ODS 4, incorporadas no “Framework for Action de 2015”, foram reconhecidas no summit de 2022 como um mecanismo essencial para monitorar resultados de alto nível. Além disso, o Comitê Diretor de Alto Nível do ODS 4 fez uma chamada à ação, convidando os Estados-Membros a estabelecer metas nacionais para três iniciativas globais: educação verde, transformação digital e participação dos jovens.

·       🌍📚 A Realidade da Educação Global: uma metodologia recente revelou que, em 2021, cerca de 244 milhões de crianças e jovens estavam fora da escola, uma redução de 9 milhões desde 2015. No entanto, a África Subsaariana viu um aumento de 12 milhões na população fora da escola. Globalmente, as taxas de conclusão têm melhorado, mas muitas crianças em países de baixa renda concluem o ensino fundamental tardiamente, afetando seu progresso subsequente. Além disso, a proficiência em leitura tem mostrado melhorias variadas entre países de diferentes níveis de renda.

·       ✍️A Importância da Escrita:  a escrita, uma ferramenta essencial para a comunicação e aprendizado, é muitas vezes negligenciada em avaliações padronizadas. Estudos indicam que a melhoria na proficiência em escrita está mais relacionada à frequência de tarefas de escrita do que à técnica utilizada.

·       🏫Avanços na Infraestrutura Escolar: entre 2015 e 2020, houve melhorias graduais na infraestrutura escolar, com mais escolas sendo conectadas à eletricidade. No entanto, desafios como a falta de banheiros unissex funcionais em algumas regiões ainda persistem.

O monitoramento da educação nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável é crucial para entender o progresso global e os desafios enfrentados. Através de compromissos, iniciativas e avaliações contínuas, podemos trabalhar juntos para garantir uma educação de qualidade para todos.

🔍🎓Desafios e Avanços na Qualificação de Professores

Vamos falar agora dos principais atores do ecossistema de Educação? A qualidade da educação está intrinsecamente ligada à qualificação e treinamento dos professores. Entre 2015 e 2020, o mundo testemunhou progressos notáveis, mas também enfrentou desafios significativos na qualificação de professores. Entre essas tendências, as áreas de melhoria e obstáculos persistentes, podemos destacar:

·       🌍💪 Progresso Regional na Qualificação de Professores: a última meia década viu avanços desiguais na proporção de professores qualificados entre diferentes regiões. A África Subsaariana, por exemplo, registrou um aumento significativo na proporção de professores qualificados, especialmente na educação pré-primária e no ensino médio superior. No entanto, apesar desse progresso, a região ainda enfrenta desafios para alcançar suas metas estabelecidas para 2030.

·       🎓 A Diferença entre Qualificação e Treinamento : ser qualificado academicamente não é sinônimo de estar adequadamente treinado para ensinar. O Líbano serve como um exemplo revelador, onde a maioria dos professores do ensino fundamental possui as qualificações acadêmicas necessárias, mas uma porcentagem significativamente menor tem o treinamento pedagógico essencial.

·       ⏳Desafios de Atrito entre Professores: a retenção de professores qualificados é tão crucial quanto sua formação. A Etiópia, por exemplo, conseguiu reduzir significativamente suas taxas de atrito de professores do ensino fundamental nos últimos anos, alcançando sua meta estabelecida para 2020.

·       💰👩🏫 Remuneração dos Professores: é uma questão controversa, visto que, em muitos países de alta renda, os professores são frequentemente sub-remunerados em comparação com profissionais de qualificação similar em outros setores. A República Tcheca, apesar de ter aumentado os salários dos professores em mais de 50% na última década, ainda vê seus educadores ganhando significativamente menos do que outros trabalhadores com educação terciária.

·       🔬📐 A Crescente Escassez de Professores de Ciências e Matemática: a demanda por professores de ciências e matemática supera a oferta em muitos países. Nos Estados Unidos, por exemplo, a escassez é evidente com milhares de vagas para professores de física. Para combater essa escassez, políticas têm sido implementadas, incluindo bônus na contratação, suplementos salariais e programas direcionados para atrair graduados e profissionais de outras carreiras para o ensino.

A qualificação e retenção de professores são fundamentais para garantir uma educação de qualidade. Enquanto avanços são celebrados, os desafios precisam ainda ser abordados de forma proativa para garantir um futuro educacional brilhante para as próximas gerações.

👩🏫 A Transformação na Profissão dos Professores

A tecnologia tem o potencial de revolucionar a educação, mas seu impacto real depende da capacidade e disposição dos professores em integrá-la ao currículo. Este artigo explora como a tecnologia está moldando a profissão docente e os desafios e oportunidades que ela apresenta.

·       💻📚 A Nova Era da Formação Docente: a tecnologia não está apenas mudando a maneira como ensinamos, mas também como os professores são formados. A capacitação tecnológica tornou-se um pilar fundamental na formação de educadores, refletindo a crescente importância da tecnologia na sala de aula.

·       ⚡️🦠 Aceleração Tecnológica na Era da COVID-19: a pandemia da COVID-19 intensificou a necessidade de soluções educacionais baseadas em tecnologia. Durante esse período, os professores exploraram uma variedade de recursos de ensino e avaliação e encontraram novas maneiras de interagir com os alunos.

·       🔧🚫 Desafios na Integração da Tecnologia: apesar do potencial da tecnologia, os professores enfrentam barreiras significativas. Desde a falta de acesso à tecnologia adequada até atitudes variadas sobre sua utilidade, muitos educadores ainda hesitam em adotar plenamente as ferramentas digitais.

·       🎯📈 Identificando Necessidades de Desenvolvimento: os sistemas educacionais estão reconhecendo a necessidade de capacitar seus professores para o mundo digital, definindo áreas específicas de desenvolvimento e investindo em treinamento.

·       🌟👥 O Impacto dos Principais Protagonistas na Educação Contemporânea: diversos atores da educação estão desempenhando um papel crucial no apoio ao desenvolvimento profissional dos professores, especialmente no que diz respeito às Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC).

A tecnologia está, sem dúvida, moldando a profissão docente. Em lugares onde a tecnologia é acessível, os professores estão adaptando suas metodologias e interagindo de maneira mais dinâmica com alunos e pais. No entanto, a transformação completa requer mais do que apenas acesso à tecnologia. É essencial que os professores sejam incluídos nas decisões relacionadas à implementação tecnológica e que recebam treinamento contínuo e relevante. Além disso, a colaboração entre educadores é vital, permitindo a troca de experiências e melhores práticas. Ao envolver os professores desde o início e fornecer-lhes as ferramentas e o treinamento de que precisam, podemos garantir que a tecnologia seja usada de maneira eficaz para enriquecer a experiência educacional.

💻🌍 Equidade, Eficiência e Sustentabilidade

Em um mundo progressivamente digitalizado, a tecnologia promete transformar a educação, tornando-a mais acessível e personalizada. Contudo, enquanto muitos se beneficiam dessas inovações, outros são abandonados. Alguns dos desafios e oportunidades que a tecnologia apresenta para a equidade, eficiência e sustentabilidade na educação, são:

·       💻🌍 A Dupla Face da Tecnologia na Educação: a tecnologia pode ser uma ferramenta poderosa, alcançando milhões em áreas remotas. Por exemplo, o rádio tem sido uma ferramenta de baixo custo, com a instrução de áudio interativa sendo utilizada em quase 40 países. A televisão, quando combinada com a orientação presencial, mostrou-se eficaz, como evidenciado pelo aumento de 18% nas matrículas no ensino médio no México entre 1970 e 2020. Contudo, a mesma tecnologia que oferece oportunidades pode excluir muitos, refletindo-se na posse de telefones móveis, onde 73% da população global acima de 10 anos possui um, mas esse número cai para 49% em países de baixa renda.

·       📚👥 A Ascensão do Aprendizado Online e Inclusão: o aprendizado online tem se mostrado valioso, especialmente para adultos desfavorecidos. Por exemplo, 45% dos estudantes da Universidade Aberta Nacional da Índia são de áreas rurais. Além disso, a tecnologia assistiva tem o potencial de eliminar barreiras para estudantes com deficiência. No entanto, desafios como acessibilidade e treinamento adequado para professores persistem.

·       🦠💻 A Tecnologia em Tempos de Crise: a pandemia da COVID-19 destacou o papel vital da tecnologia na continuidade da educação. Mais de 90% dos ministérios da educação implementaram respostas de aprendizado à distância. No entanto, pelo menos meio bilhão de estudantes globalmente não puderam ser alcançados por essas iniciativas.

·       🎓💻 Disrupções Digitais e Educação Superior: A tecnologia está remodelando a educação superior, apresentando novos desafios regulatórios, éticos e políticos. A transformação digital na educação superior pode ser categorizada em três formas: digital ‘na’, ‘da’ e ‘para’ a educação superior.

·       🏅📚 Micro credenciais e Reconhecimento do Aprendizado: As micro credenciais oferecem uma forma flexível de reconhecer diferentes formas de aprendizado. No entanto, seu impacto ainda é limitado, e há preocupações sobre sua qualidade e relevância.

·       💰🌍 Investimentos e Riscos: A busca por equidade tecnológica tem levado a investimentos significativos. Em 2020, 46% dos lares ao redor do mundo possuíam um computador. No entanto, essa média mascara as disparidades, com apenas 7% de penetração em países de baixa renda, contrastando com 80% em nações mais ricas. A corrupção é uma preocupação real, representando cerca de 8% dos contratos globais de aquisição em 2019. No Brasil, por exemplo, foram identificadas irregularidades na compra de mais de um milhão de dispositivos para escolas públicas em 2019.

A busca por equidade, eficiência e sustentabilidade na era digital deve ser incessante, já que, conforme tenho ressaltado, a tecnologia tem o potencial de revolucionar a educação. Por outro lado, é essencial garantir que essas inovações beneficiem todos os alunos. A chave para o sucesso será garantir que a tecnologia fortaleça os sistemas educacionais, esteja alinhada com os currículos e promova a aprendizagem ao longo da vida.

📚 A Tecnologia no Ensino e Aprendizagem

A tecnologia digital está se infiltrando em todos os aspectos da vida cotidiana, alcançando os recantos mais remotos do globo e até mesmo forjando novos universos onde a distinção entre realidade e fantasia se torna cada vez mais tênue. A educação não pode ficar à margem dessa revolução, apesar dos apelos para protegê-la das potenciais influências negativas da tecnologia digital. No entanto, a integração da tecnologia na educação é um desafio complexo, pois ela se manifesta de várias maneiras, cada uma com suas próprias questões e problemas:

·       🔧 Como um recurso, a tecnologia requer um investimento significativo para garantir a infraestrutura necessária, como eletricidade, computadores e acesso à internet, tanto nas escolas quanto em casa. Isso implica em custos de capital, despesas recorrentes e habilidades de aquisição, sobre os quais há pouca informação confiável e consistente.

·       💡 Como um meio de entrega, a tecnologia tem o potencial de enriquecer o ensino e a aprendizagem. No entanto, a rápida evolução da tecnologia e o controle das evidências pelos fornecedores de tecnologia tornam difícil determinar quais tecnologias são mais eficazes, em que contextos e sob quais condições.

·       📚 Como uma habilidade, a tecnologia impõe aos sistemas educacionais a tarefa de apoiar os alunos na aquisição de habilidades digitais e tecnológicas em vários níveis. Isso levanta questões sobre o conteúdo, a sequência ideal de cursos relevantes, os níveis educacionais apropriados e as modalidades de entrega.

·       📊 Como uma ferramenta de planejamento, a tecnologia oferece aos governos a oportunidade de melhorar a eficiência e eficácia da gestão do sistema educacional, por exemplo, na coleta de informações sobre o comportamento e os resultados dos alunos.

·       🌍 Por fim, a tecnologia cria um contexto social e cultural, afetando todas as esferas da vida, expandindo as oportunidades de conexão e acesso à informação, mas também apresentando riscos à segurança, privacidade, igualdade e coesão social.

Devemos partir do princípio fundamental de que a tecnologia deve estar a serviço das pessoas e que, na educação, alunos e professores devem estar no centro. Evitar uma visão excessivamente focada na tecnologia ou a afirmação de que a tecnologia é neutra. Além disso, lembrarmos que, como muitas tecnologias não foram projetadas especificamente para a educação, sua adequação e valor devem ser avaliados em relação a uma visão centrada no ser humano da educação.

A eficácia da tecnologia no educação não é apenas uma questão de implementação, mas também de contextualização e integração pedagógica. Há os benefícios, mas também, desafios e nuances da integração da tecnologia na educação.

📚  Benefícios da Tecnologia na Educação

  • ✅ Efeitos Positivos Comprovados: revisões sistemáticas mostram que a tecnologia educacional pode ter um efeito positivo, embora moderado, nos resultados de aprendizagem.
  • 🔍 Engajamento dos Alunos: a tecnologia, quando bem integrada, pode melhorar significativamente o engajamento dos alunos. Jogos digitais, por exemplo, têm mostrado melhorias nos resultados cognitivos e comportamentais em matemática.
  • 🎯 Personalização e Feedback: doftwares de personalização, como o Ei Mindspark na Índia, monitoram o progresso do aluno, fornecendo prática diferenciada e feedback, especialmente benéfico para estudantes com baixo desempenho.
  • 📞 Comunicação com os Pais: a tecnologia facilita a comunicação regular com os pais, apoiando a aprendizagem das crianças. Em Botswana, lembretes e tutorias por telefone para os pais mostraram melhorias nos resultados de aprendizagem durante a pandemia da COVID-19.

⚠️Desafios e Limitações

  • 💼 Influência das Empresas de Tecnologia: empresas como a Pearson, por exemplo, têm uma influência desproporcional, financiando seus próprios estudos e, por vezes, contestando análises independentes.
  • 🌍 Necessidade de Contextualização: a tecnologia deve ser adaptada ao contexto. Por exemplo, lições pré-gravadas na China mostraram melhorias significativas nos resultados dos alunos, enquanto a distribuição de laptops no Peru não teve impacto positivo na aprendizagem.
  • 🚫 Risco de Distração: o uso excessivo da tecnologia pode levar a ganhos acadêmicos diminuídos. Estudos mostraram que o uso de telefones móveis pode ter um efeito negativo no desempenho acadêmico. Além disso, a aprendizagem online durante a COVID-19 mostrou impactos negativos, especialmente em alunos mais jovens.

·       💰 A tecnologia é frequentemente adquirida para preencher uma lacuna, sem considerar os custos de longo prazo para os orçamentos nacionais, o bem-estar das crianças e o planeta. Uma estimativa das emissões de CO2 que poderiam ser economizadas ao estender a vida útil de todos os laptops na União Europeia por um ano descobriu que seria equivalente a tirar quase 1 milhão de carros da estrada.

A tecnologia, sem dúvida, oferece inúmeras oportunidades para enriquecer o ensino e a aprendizagem. No entanto, sua eficácia depende de uma implementação cuidadosa, considerando o contexto e a pedagogia. À medida que a educação continua a evoluir no mundo digital, é essencial que educadores, formuladores de políticas e stakeholders reflitam criticamente sobre como melhor integrar a tecnologia para maximizar seus benefícios e minimizar seus desafios.

🖥️📚 ChatGPT na Educação

O avanço da Inteligência Artificial (IA) tem revolucionado diversos setores, e a educação superior não é exceção. O ChatGPT, uma ferramenta de IA, tem mostrado potencial em várias frentes dentro das Instituições de Ensino Superior (IES).

No âmbito do ensino e aprendizagem, o ChatGPT tem se destacado pela sua capacidade de gerar e avaliar informações. Ele não apenas melhora a experiência de aprendizado dos alunos, mas também executa tarefas que vão desde pesquisa básica até revisões de texto. Além disso, o ChatGPT pode atuar como um “motor de possibilidades”, gerando maneiras alternativas de expressar uma ideia, ou como um “oponente socrático”, ajudando os alunos a desenvolver argumentos. Ele também pode funcionar como um “treinador de colaboração”, auxiliando grupos de alunos em pesquisas e resolução de problemas. Isso significa que os alunos têm uma ferramenta poderosa à disposição, que pode ser usada de forma autônoma ou integrada a outros sistemas educacionais.

Quando olhamos para a pesquisa acadêmica, o ChatGPT também tem seu espaço. Ele pode auxiliar em diversas etapas do processo de pesquisa, desde a revisão de literatura até a redação de artigos. Além disso, o ChatGPT tem sido testado em outros processos relacionados à pesquisa, como na conclusão de partes técnicas de solicitações de subsídios. Contudo, isso gerou debates na comunidade científica, com alguns questionando se o ChatGPT deveria ser considerado co-autor em publicações.

Na administração das IES, o ChatGPT tem sido um aliado na eficiência dos processos. Ele pode, por exemplo, responder a consultas de candidatos, ajudar alunos com inscrições em cursos e até traduzir informações para estudantes internacionais. O resultado? Serviços administrativos disponíveis 24/7, facilitando a vida de alunos e funcionários.

E não para por aí. As IES estão vendo no ChatGPT uma oportunidade de fortalecer o engajamento comunitário. Com base nas características específicas de cada instituição, o ChatGPT pode ajudar a desenvolver estratégias direcionadas para melhorar o bem-estar da comunidade ao redor.

No entanto, como toda inovação, o ChatGPT traz seus desafios. A integridade acadêmica é uma preocupação, com universidades temendo o plágio. Além disso, o viés cognitivo, onde a IA pode reforçar estereótipos, é uma questão em debate. E, em termos de acessibilidade, é importante notar que o ChatGPT está bloqueado ou indisponível em diversos países.

O ChatGPT está moldando a educação superior de maneiras inovadoras, mas, como toda ferramenta, seu uso exige reflexão e responsabilidade.

🖥️📚A Tecnologia na Gestão Educacional da América Latina

Desde a década de 1990, tem havido um aumento significativo na menção de dadosestatísticas e informações nas políticas educacionais. Esse aumento foi mais pronunciado em países de alta renda, seguido por nações de renda média-alta e, posteriormente, por países de baixa e média-baixa renda. A tecnologia tem desempenhado um papel crucial no gerenciamento desses volumes crescentes de dados.

A gestão educacional tem enfrentado uma série de desafios na Era Digital. Embora a tecnologia ofereça ferramentas inovadoras para aprimorar a educação, diversos

obstáculos surgem no caminho de sua plena implementação, tais como:

·       🔍 Identificação Única do Aluno: apenas 54% dos países, com uma representação ainda menor na África Subsaariana, adotaram mecanismos de identificação única para alunos, limitando o potencial da tecnologia;

·       💻 Interoperabilidade dos Sistemas: a entrada de diversos fornecedores no mercado educacional resultou em sistemas de informação fragmentados. Países europeus, como exemplo de boas práticas, têm buscado soluções coletivas, como o projeto EMREX, para superar esses desafios;

·       💰 Custos de Avaliações Baseadas em Tecnologia: embora avaliações computadorizadas prometam eficiência e rapidez, a transparência em relação aos seus custos é frequentemente obscura;

·       🌍 Uso Limitado de Dados Geoespaciais: em países de baixa e média-baixa renda, a utilização de dados geoespaciais ainda está em sua infância, com algumas exceções notáveis, como a Índia;

·       📊 Gestão de Grandes Volumes de Dados: a análise de aprendizado, embora promissora, ainda é um desafio para muitos países. A China, por exemplo, tem utilizado essa análise para identificar e abordar as dificuldades dos alunos;

·       📚 Alfabetização em Dados: A crescente dependência de painéis de controle e gráficos exige uma alfabetização em dados mais robusta entre os educadores;

·       🚧 Desafios de Implementação: A distância entre as expectativas e a realidade da tecnologia na educação é ampliada por questões como manutenção, design inadequado e falta de foco no aprendizado.

E quando tratamos de gestão, a necessidade de uma governança sólida e imparcial se torna cada vez mais evidente. A adoção de práticas que sejam sustentáveis em todos os aspectos – econômico, social e ambiental – exige regulamentações e padrões rigorosos.

💻 A indústria de tecnologia educacional, que se expande rapidamente, coloca desafios consideráveis para os governos. Apesar de 82% dos países terem departamentos específicos para essa área, a segurança e o bem-estar das crianças frequentemente ficam em risco devido à supervisão insuficiente.

A governança de entidades privadas no setor educacional é uma tarefa complexa para as autoridades públicas. 🔍 A supervisão inadequada desses atores tem gerado preocupações crescentes. Uma análise recente mostrou que 89% dos produtos de tecnologia educacional recomendados durante a pandemia da COVID-19 tinham potencial para coletar informações sobre crianças, seja durante o horário escolar ou não. Além disso, a crescente ameaça de ataques cibernéticos à educação destaca a urgência de regulamentações mais estritas.

🔐 Embora a proteção de dados esteja se tornando uma prioridade, apenas 16% dos países têm leis específicas para a privacidade dos dados no contexto educacional. É vital que essas legislações atendam às necessidades particulares das crianças, que necessitam de uma proteção ainda mais rigorosa.

👧👦 O bem-estar das crianças também está em foco. Pesquisas indicam que o tempo excessivo em frente às telas pode afetar negativamente o bem-estar infantil. No entanto, diretrizes claras sobre o uso de dispositivos são raras. Alguns países, proativamente, já estão limitando o uso de telefones em ambientes escolares.

A revolução tecnológica transformou a forma como as crianças aprendem e se relacionam. Mas, com essas inovações, surgem riscos à sua integridade e privacidade. Desafios como propriedade intelectual, privacidade de dados e segurança cibernética são urgentes e devem ser enfrentados com determinação.

Para garantir um ambiente seguro e propício ao aprendizado, é essencial ouvir as crianças e proteger seus direitos nas atividades online. Uma governança eficaz da tecnologia educacional, com estruturas claras e mecanismos de resolução de conflitos, é crucial. Em nossa era digital, garantir o direito à educação e à privacidade nunca foi tão vital.

A tecnologia tem o potencial de revolucionar a gestão educacional, tornando-a mais eficaz e eficiente. Ela pode ajudar a personalizar o aprendizado, rastrear alunos em risco e expandir a avaliação contínua. No entanto, para que essa transformação ocorra, é essencial compreender e abordar os desafios associados. Colocar os usuários – professores, alunos e administradores – no centro dessa revolução é crucial. Eles devem ser capacitados e apoiados para adotar e adaptar-se às novas ferramentas, garantindo que a tecnologia sirva verdadeiramente ao propósito educacional.

💻 Habilidades Digitais no Século XXI

🌍 No mundo contemporâneo, dominar habilidades digitais tornou-se fundamental não apenas para a educação, mas também para o mercado de trabalho. Iremos mergulhar na trajetória e definição dessas habilidades, bem como em sua aplicação em ambientes educacionais variados.

Muitos países têm reconhecido a importância das habilidades digitais, incorporando-as em seus currículos e critérios de avaliação. Atualmente, mais da metade dos países já estabeleceu padrões nacionais para essas competências. No entanto, é importante notar que a definição de “habilidades digitais” está sempre em fluxo, com uma vasta maioria dos países buscando aprimorar constantemente essas habilidades.

Uma ferramenta que tem sido de grande valia para muitas nações é o Quadro de Competências Digitais da União Europeia, conhecido como DigComp 2.2. Ele tem auxiliado na elaboração de estratégias, currículos e instrumentos de avaliação. Por outro lado, muitos países optam por estruturas desenvolvidas por entidades comerciais, que, embora sejam mais específicas, muitas vezes são vinculadas a avaliações pagas.

A avaliação dessas habilidades digitais não é tarefa fácil. Enquanto as estruturas comerciais são mais focadas e vinculadas a ferramentas específicas, as estruturas governamentais oferecem uma visão mais ampla, mas com variações em suas métricas. Além disso, é fundamental que essas avaliações considerem diversos aspectos, como a capacidade de comparar resultados ao longo do tempo e garantir equidade. 📊

No entanto, ainda existem desigualdades no domínio das habilidades digitais. Fatores como gênero e origem socioeconômica podem influenciar o nível de proficiência de um indivíduo. Na Europa, por exemplo, a maioria dos adultos adquire competências digitais fora do sistema educacional formal, embora a educação formal possa potencializar a aquisição dessas habilidades em contextos informais.

Diversas estratégias têm sido adotadas para fomentar o desenvolvimento dessas habilidades. A educação em Tecnologia é globalmente reconhecida por sua capacidade de aprimorar habilidades de resolução de problemas. Além disso, muitas instituições estão indo além dos currículos tradicionais para incentivar habilidades de comunicação e colaboração. Ainda, a formação em privacidade e segurança de dados, embora emergente, é cada vez mais vista como essencial.

Em resumo, as habilidades digitais são indispensáveis na era atual. Com a tecnologia em constante evolução, os sistemas educacionais precisam se adaptar continuamente, garantindo que os alunos estejam aptos a se mover com destreza no dinâmico universo digital.

📚 Novas Matérias no Currículo

Além das habilidades digitais, a educação atual precisa incluir temas como cidadania, sustentabilidade, meio ambiente, inteligência emocional, entre outras. Por ora valem o destaque:

·       🌱 Cidadania Global e Sustentabilidade na Educação: a maioria dos governos ao redor do mundo tem integrado temas de cidadania global e desenvolvimento sustentável em seus sistemas educacionais, conforme identificado pelo Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 4.7. No entanto, para garantir a autenticidade dessas alegações, mecanismos de monitoramento alternativos estão sendo desenvolvidos, incluindo um indicador sobre conteúdo verde e uma compilação das leis e políticas dos países sobre educação e comunicação sobre mudanças climáticas;

·       🌍 A Integração da Mudança Climática nos Currículos: embora a mudança climática esteja sendo incorporada nos currículos de muitos países, a implementação de políticas específicas para a educação sobre mudanças climáticas ainda é limitada. A conscientização pública sobre o tema, no entanto, tem sido uma prioridade em muitos países;

·       😊 A Importância das Emoções no Aprendizado: o aprendizado não é apenas um processo cognitivo; as emoções dos alunos desempenham um papel crucial. Evidências de neuroimagem e experiências de professores mostram que habilidades sociais e emocionais têm um impacto significativo no aprendizado. No entanto, falta uma coleta sistemática de dados sobre como essas habilidades são cultivadas nas escolas;

·       🔧 A Tecnologia como Ferramenta de Proteção e Inovação: a tecnologia tem o potencial de proteger edifícios escolares de desastres naturais e acelerar a eletrificação das escolas através da energia solar. Além disso, inovações tecnológicas estão sendo utilizadas para tornar o transporte escolar mais eficiente e sustentável.

A educação global está em constante evolução, enfrentando desafios e abraçando novas oportunidades. Seja através da integração de temas de cidadania global, da adoção de tecnologias inovadoras ou da inclusão de temas socioemocionais no currículo, o objetivo final permanece o mesmo: proporcionar uma educação de qualidade e inclusiva para todos.

🚀 A Educação STEM como Alicerce do Desenvolvimento Tecnológico 🌍

🔬📚 Em um mundo dominado pela tecnologia, a educação é a força motriz por trás da formação de inovadores futuros. Universidades, com suas pesquisas avançadas e parcerias, lideram o caminho da inovação. A confluência de educação e tecnologia é o berço das futuras descobertas, tornando a qualidade da educação STEM (ciências, tecnologia, engenharia e matemática) crucial para as aspirações e realizações dos alunos. Para garantir um futuro tecnológico promissor, é vital não apenas investir em educação, mas também fomentar a igualdade e fortalecer a parceria entre o setor educacional e a indústria. 🔧🧮

As competências em STEM são a espinha dorsal do desenvolvimento e inovação tecnológicos. Embora a tecnologia esteja integrada à educação em todo o mundo, é a excelência na educação STEM que realmente define o sucesso dos alunos. As aspirações STEM são influenciadas por identidades sociais e gênero. As universidades são os alicerces do progresso tecnológico, e a sinergia entre elas e a indústria é mais palpável nas nações altamente inovadoras. O financiamento orientado por desempenho, apesar de promover a excelência, tem suas limitações. 💻📈

As empresas financiam cerca de 60% da pesquisa, mas esse apoio pode, ocasionalmente, direcionar o foco da pesquisa, introduzindo potenciais vieses. A corrida global para atrair talentos STEM é feroz, com bolsas de estudo desempenhando um papel vital. Informar os jovens sobre oportunidades em STEM pode desmantelar estereótipos de carreira. Aconselhamento e orientação têm um impacto profundo nas aspirações e desempenho dos alunos. Países como Canadá e Quênia estão na vanguarda, promovendo carreiras STEM através de programas de mentoria.

A presença feminina em STEM ainda é limitada, especialmente na educação avançada. Estereótipos e barreiras culturais são obstáculos significativos. No entanto, é imperativo superar esses desafios para alcançar uma representação justa. O mundo está testemunhando um aumento no número de pesquisadores, predominantemente em STEM. Publicações e patentes são reflexos diretos da intensidade da pesquisa. No entanto, a inovação ainda está concentrada em nações mais afluentes, sublinhando as desigualdades existentes no cenário global. 🌍✨

A Ciência da Computação na América Latina: Uma Revolução Educacional em Andamento 💻📚🌍

Já que abordamos o tema STEM, vale complementar com a informação de que em uma análise de sete países latino-americanos, observa-se uma tendência clara: a ciência da computação está deixando de ser uma matéria opcional para se tornar fundamental no ensino básico e médio. Líderes nesse movimento, Argentina, Brasil, Chile, Costa Rica e Uruguai estão impulsionados tanto pela relevância acadêmica quanto pela busca de melhorar as perspectivas de emprego para os jovens.

A maneira como a ciência da computação é abordada varia amplamente. A Costa Rica, por exemplo, já integrava essa disciplina ao currículo desde o final dos anos 1980. Já o Chile e Cuba a incorporam dentro dos cursos de informática e tecnologia. Em 2022, o Brasil fez uma jogada audaciosa, tornando-a obrigatória em todos os níveis de ensino. O Uruguai, por sua vez, optou por uma abordagem holística, mesclando ciência da computação com outras disciplinas, como matemática e artes.

Embora as metodologias sejam diversas, alguns tópicos são universais, como algoritmos e programação, introduzidos desde cedo em países como Argentina e Brasil. Temas como arquitetura de hardware, inteligência artificial e segurança digital também são recorrentes, variando em profundidade e abrangência conforme o país.

Vale destacar algumas iniciativas inovadoras: a Argentina, por exemplo, adota uma metodologia baseada em projetos para ensinar programação, enquanto a Colômbia impactou muitos estudantes com seu programa “Coding for Kids”, lançado em 2019. No Paraguai, a gamificação foi incorporada ao currículo para aumentar o engajamento dos alunos.

Entidades não governamentais, como a Fundação Sadosky na Argentina e a Fundação Plan Ceibal no Uruguai, têm sido parceiras valiosas dos governos, auxiliando no desenvolvimento de materiais e na capacitação de professores.

No entanto, a jornada ainda apresenta obstáculos. Em países com sistemas educacionais descentralizados, como Argentina e Brasil, a implementação homogênea é um desafioAlém disso, a escassez de recursos, a necessidade de capacitação docente e a falta de infraestrutura são barreiras para a expansão dos programas, especialmente em regiões mais isoladas.

Em resumo, a era digital exige habilidades atualizadas e a América Latina está se esforçando para atender a essa demanda. Ainda há desafios a superar, mas o compromisso com uma educação alinhada às necessidades do século XXI é evidente.

E, depois de tantas informações, chegamos às reflexões finais… 🤔

🌟 Será que a Tecnologia é a Chave para Superar os Grandes Obstáculos na Educação? 🤔🔑

A Era Digital tem permeado todos os cantos de nossa existência, e a educação não é exceção. No entanto, a ideia de que a tecnologia tem o poder de reformular completamente a educação é um assunto de intenso debate. A implementação e o impacto da tecnologia na educação são influenciados por uma série de fatores, como o nível socioeconômico, a disposição e a preparação do professor, o nível de educação e a renda do país. Em muitos lugares, a tecnologia ainda não é uma ferramenta comum em salas de aula, com exceção dos países mais avançados tecnologicamente. Além disso, as evidências do impacto da tecnologia são variadas e os custos de curto e longo prazo do uso da tecnologia digital parecem ser significativamente subestimados. Os mais desfavorecidos são frequentemente negados a oportunidade de se beneficiar.

A tecnologia na educação deve ser vista como uma ferramenta que atende às necessidades da educação, e não como uma solução universal. A campanha #TechOnOurTerms argumenta que as decisões sobre tecnologia na educação devem priorizar as necessidades do aprendiz, avaliando se sua aplicação seria apropriada, equitativa, baseada em evidências e sustentável.

A importância de aprender a viver tanto com quanto sem tecnologia digital é destacada; a necessidade de filtrar informações úteis de uma abundância de dados, mas ignorar o que não é necessário; e a importância de permitir que a tecnologia apoie, mas nunca substitua, a conexão humana na qual o ensino e a aprendizagem são baseados. O foco deve estar nos resultados da aprendizagem, não nas entradas digitaisA tecnologia digital deve ser vista não como um substituto, mas como um complemento para a interação presencial com os professores. 🔍🙌

Durante a pandemia da COVID, as ferramentas de ensino à distância mostraram o quão úteis e necessárias elas poderiam ser. No entanto, também revelaram seus limites. Este período destacou uma tendência enraizada de ver soluções tecnológicas como uma ferramenta universal, adequada para todas as situações. Essa confusão entre a ferramenta e a solução, entre os meios e o fim, é o que o relatório da Unesco nos convida a abordar, destacando três paradoxos – três concepções errôneas populares:

·       💻📝Em primeiro lugar, há a promessa de aprendizagem personalizada. Muito frequentemente, essa poderosa esperança nos leva a esquecer a dimensão social e humana fundamental que está no coração da educação. Vale a pena reiterar o óbvio: nenhuma tela pode substituir a humanidade de um professor. A relação entre professores e tecnologia deve ser de complementaridade – nunca de substituição;

·       🌐📶Embora a tecnologia prometa um acesso mais fácil à educação, a realidade é que as divisões digitais ainda existem, ao ponto de realmente aumentar as desigualdades educacionais. Durante a pandemia, quase um terço dos alunos não teve acesso efetivo ao ensino à distância – o que não é surpreendente, uma vez que apenas 40% das escolas primárias em todo o mundo atualmente têm acesso à Internet. Mesmo que a conectividade fosse universal, ainda seria necessário demonstrar, do ponto de vista pedagógico, que a tecnologia digital oferece um verdadeiro valor agregado em termos de aprendizagem efetiva, especialmente em um momento em que todos estamos nos conscientizando dos riscos do excesso de tempo de tela;

·       💼📚O último paradoxo, e não menos importante, é que, apesar do desejo de tornar a educação um bem comum global, o papel dos interesses comerciais e privados na educação continua a crescer, com todas as ambiguidades que isso implica: até o momento, apenas um em cada sete países garante legalmente a privacidade dos dados educacionais.

Essas três armadilhas podem ser evitadas, e é por isso que nosso relatório faz duas fortes recomendações que devem servir como uma bússola:

·       💡Em primeiro lugar, recomenda que o melhor interesse dos alunos deve sempre ter precedência sobre qualquer outra consideração – particularmente considerações comerciais.

·       💻 Em segundo lugar, recomenda que a tecnologia seja vista como um meio, nunca um fim.

Para tornar essas recomendações realidade, a UNESCO está convocando seus Estados Membros a garantir o desenvolvimento justo, equitativo e seguro das tecnologias educacionais. Isso significa estabelecer quadros normativos apropriados e definir padrões em termos de privacidade, acesso a dados, não discriminação e tempo de tela. Também significa lançar programas ambiciosos de ação pública e cooperação internacional, para apoiar o acesso à conectividade e aos recursos educacionais abertos, e para treinar professores sobre essas novas e constantemente evoluindo questões.

As conclusões deste relatório são, portanto, um ponto de partida para se basear, em particular, identificando métodos de ensino que realmente funcionam remotamente e continuando a pesquisa sobre esses assuntos para informar a ação pública. Sempre com o mesmo objetivo em mente: garantir que a tecnologia sirva à educação, e não o contrário.

A presença da tecnologia digital na educação é inegável, mas sua eficácia ainda é um tema de debate. Como especialista em Transformação Digital, tenho absoluta certeza da importância da utilização intensa da tecnologia em toda a jornada da Educação. Mas, ao mesmo tempo, considero muito relevantes os contrapontos que o relatório da Unesco nos trouxe.

“Virtus in medium est”: Aristóteles, o grande filósofo, acreditava que a virtude estava no meio, na média ponderada dos fatos. Parece um bom princípio para adotarmos na utilização das tecnologias na Educação.

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Renato Grau

Engenheiro, futurista e especialista em Transformação Digital

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