Carta do Especialista 🧐

Sexta-feira, 23 de junho de 2023

Na Carta de hoje, muitas tecnologias disruptivas. Começo com um sistema de navegação de raios cósmicos sem fio, passo por sistemas de representação táteis que podem ajudar os deficientes visuais em sua locomoção e trago a incrível tecnologia que poderá garantir 20 mil anos de energia limpa para a China. E, finalizo com a onipresente Inteligência Artificial, que está revolucionando nosso mundo, dando dicas de como você pode se garantir caso a IA queira tomar seu emprego e recomendo muita atenção porque, caso você ainda esteja empregado, ela poderá estar sendo usada para monitorar seu cérebro…Bora lá?

👨🔬 Cientistas realizam primeiro teste de um sistema de navegação de raios cósmicos sem fio, que pode ser usado para guiar robôs subaquáticos ou subterrâneos 🤖

Pesquisadores japoneses desenvolveram um sistema alternativo de navegação sem fio baseado em raios cósmicos, ou múons, uma alternativa ao GPS que poderia penetrar edifícios, rochas ou água. O sistema foi testado com sucesso e pode, um dia, ser usado para guiar robôs subaquáticos ou subterrâneos, ou ajudar veículos autônomos a navegar no subsolo. 🧭

Os múons de raios cósmicos caem igualmente pela Terra e viajam sempre à mesma velocidade, independentemente da matéria que atravessam, chegando a penetrar quilômetros de rocha. A ideia do novo sistema, batizado de sistema de posicionamento muométrico (muPS), é usar essa característica para fornecer navegação em locais onde o GPS falha.

Os múons já foram usados para obter imagens de estruturas arqueológicas e para monitorar vulcões ativos. A equipe de pesquisa conseguiu adaptar essas técnicas para criar um sistema de navegação. 🌋

O novo sistema depende de quatro estações de detecção de múons acima do solo, que servem como coordenadas para os receptores de detecção de múons, que são colocados no subsolo ou debaixo d’água. 🌊

Os pesquisadores realizaram o primeiro teste do sistema em 2021, usando-o para detectar as condições de maré em rápida mudança na Baía de Tóquio. No ano passado, eles conseguiram obter imagens do perfil vertical de um ciclone usando muografia. 🌀

Para o teste, as estações de referência foram colocadas no sexto andar de um prédio e um “navegante” segurando o receptor andou pelos corredores do porão. As medidas foram usadas para calcular o percurso do navegante e confirmar o trajeto percorrido. 🏬

A nova versão do sistema, chamada de sistema de navegação sem fio muométrico, ou MuWNS, é completamente sem fio e usa relógios de quartzo de alta precisão para sincronizar as estações de referência com o receptor. O MuWNS conseguiu precisão de entre 2 e 25 metros, com um alcance de até 100 metros. ⌚

A equipe de pesquisa está planejando incorporar relógios atômicos em escala de chip para melhorar a precisão do sistema. A ideia é também miniaturizar o restante da eletrônica usada no MuWNS para torná-lo um dispositivo portátil.

https://arstechnica.com/science/2023/06/scientists-conduct-first-test-of-a-wireless-cosmic-ray-navigation-system/

👨‍🦯 A Importância das Representações Táteis para Deficientes Visuais

Enquanto os dispositivos portáteis deste novo sistema de navegação sem fio muométrico não é lançado para ajudar, quem sabe, os deficientes visuais, que tal considerarmos a aplicação das representações táteis? 👋

No contexto de avanços tecnológicos e visuais predominantes, pessoas com deficiência visual, muitas vezes, se veem limitadas a uma experiência apenas textual. Embora as tecnologias assistivas tenham proporcionado acesso a informações escritas, a falta de acesso a imagens e gráficos continua sendo um desafio. O uso de representações táteis, que permitem a percepção por meio do toque, abre um mundo de comunicação espacial para leitores, aprendizes e criadores com deficiência visual. 👨🏽‍🦯

No entanto, o acesso a representações táteis tem sido restrito principalmente a instituições, como editoras de livros em braille e serviços de apoio a estudantes com deficiência. Isso resulta em representações táteis criadas para atender às prioridades institucionais, geralmente projetadas, produzidas e distribuídas por pessoas que não possuem esta deficiência. Para mudar essa realidade, é necessário oferecer fácil acesso a equipamentos de representação tátil, focar em hardware e software acessíveis por meios não visuais e fornecer oportunidades para que deficientes visuais e seus aliados desenvolvam habilidades em trabalhar com imagens táteis.

Laboratórios como o Dimensions Lab, da Biblioteca Pública de Nova York, surgem como espaços onde é possível aprender a criar imagens táteis e modelos em 3D. Esses espaços oferecem acesso a equipamentos específicos para este tipo de produção, bem como a dispositivos de uso geral que podem ser adaptados para criar outros tipos de mídia tátil, possibilitando, inclusive, a criação de comunidades em torno deles. A tecnologia de impressão 3D, por exemplo, permite a criação de modelos tridimensionais completos, enquanto outras abordagens funcionam bem para representar desenhos, gráficos e diagramas. 🖨

No entanto, ainda existem desafios a serem superados. A falta de interfaces acessíveis em programas de design, como o Inkscape e o Adobe Illustrator, limita a participação destas pessoas em tarefas simples, como redimensionar ou rotacionar imagens. É necessário trabalhar para melhorar a acessibilidade dessas ferramentas e garantir que deficientes visuais tenham oportunidades igualitárias no design digital. 👩🏼‍💻

A disponibilidade de dispositivos como o Monarch e o Graphiti, que utilizam matrizes de pinos para criar gráficos táteis de baixa resolução, mostra um avanço no campo das representações táteis digitais. Esses dispositivos permitem a exploração de imagens em detalhes, proporcionando uma nova e notável capacidade de acesso tátil rápido. No entanto, ainda há limitações em relação à resolução e à capacidade de exibir imagens coloridas. 🖼

É importante destacar que o acesso e a conscientização são questões fundamentais. Muitas pessoas com deficiência visual não têm conhecimento das possibilidades oferecidas pelas representações táteis e, consequentemente, não as demandam. É necessário educar e conscientizar as pessoas sobre a importância e o potencial dessas representações, para que possam aproveitar os benefícios que elas proporcionam.

A alfabetização em imagens é crucial, desde a infância até a vida adulta. A possibilidade de explorar o mundo visual por meio de representações táteis não apenas promove a inclusão de pessoas com deficiência visual, mas também desenvolve habilidades espaciais, promove a compreensão de conceitos complexos e proporciona uma forma de expressão criativa. Através de representações táteis, elas podem experimentar mapas, gráficos, desenhos e outros tipos de imagens, enriquecendo sua compreensão do mundo ao seu redor. É fundamental reconhecer que as imagens não são exclusivas da percepção visual, mas podem ser apreendidas e apreciadas por meio do toque. 👨🏽‍🏫

À medida que avançamos em direção a um futuro mais inclusivo, é necessário continuar aprimorando a tecnologia, aumentar a conscientização e promover a colaboração entre deficientes visuais e aqueles que convivem com eles, garantindo acesso igualitário a todas as formas de informação visual e possibilitando desfrutar de uma experiência completa e enriquecedora em um mundo cada vez mais visual. 👏

https://www.technologyreview.com/2023/06/15/1074036/ending-image-poverty/

⚠️  China dá sinal verde a reator nuclear que pode alimentar o país por 20 mil anos

Em um gesto audacioso, a China aprovou a utilização de um reator nuclear alimentado por tório, um combustível capaz de atender suas demandas energéticas por um período impressionante de 20 milênios. As qualidades do reator de tório destacam-se em relação aos seus equivalentes alimentados por urânio, garantindo maior segurança, diminuição na produção de resíduos nucleares, melhor eficiência energética e a capacidade de se adaptar a locais áridos e sem litoral. Tal tecnologia pode potencializar a autonomia energética da China, dada a vasta riqueza do país em reservas de tório. 💡

A autoridade reguladora de segurança nuclear da China concedeu uma licença de operação para o primeiro reator de tório do país, marcando um progresso significativo na busca do país por tecnologias nucleares avançadas. Localizado em Wuwei, no deserto de Gobi, na província de Gansu, o reator é um Reator de Sal Fundido de Tório (MSR) de dois megawatts e é operado pelo Instituto de Física Aplicada de Xangai da Academia Chinesa de Ciências.

Os MSRs de tório, que representam uma tecnologia nuclear de ponta, utilizam combustíveis líquidos, geralmente sais fundidos, como combustível e refrigerante e oferecem uma série de benefícios em comparação aos reatores tradicionais de urânio, incluindo melhorias na segurança, redução de resíduos e eficiência de combustível. O tório é também um recurso mais abundante comparado ao urânio, e a China possui reservas significativas de tório. Porém, a implantação bem-sucedida de reatores em larga escala requer a superação de vários desafios técnicos, regulatórios e econômicos, como destacam especialistas do setor. O projeto foi iniciado em 2011, mas a construção só começou em 2018. A cerimônia de inauguração atraiu atenção nacional, com a contratada recorrendo a monges taoístas para orar por bênçãos celestiais para o projeto de alta tecnologia. A construção do reator terminou três anos antes do previsto, concluindo o trabalho muito antes do esperado.

A China detém uma das maiores reservas de tório do mundo. O tamanho exato dessas reservas não foi divulgado publicamente, mas estima-se que seja suficiente para suprir as necessidades totais de energia do país por mais de 20 mil anos. Se os reatores de sal fundido se provarem bem-sucedidos e viáveis para implantação comercial, eles podem ajudar a expandir o fornecimento de energia nuclear da China para cidades do interior. Uma das vantagens dos MSRs de tório é sua flexibilidade em termos de localização.

Embora os reatores de tório tenham um grande potencial para mudar a forma como geramos energia, eles também trazem consigo desafios e riscos expressivos. O principal desafio se refere aos custos associados – isso inclui a construção dos reatores, o desenvolvimento e a gestão do combustível, a capacitação da equipe para operá-los, a administração dos resíduos nucleares gerados, bem como os custos relacionados à regulamentação e segurança. Além disso, mesmo que o tório seja menos adequado para a produção de armas nucleares em comparação ao urânio, ainda há a chance de a tecnologia ser utilizada de forma imprópria. ☠

Apesar desses desafios, a China está claramente comprometida em explorar o potencial dos reatores de tório. O país está investindo significativamente em pesquisa e desenvolvimento nesta área, e acredita-se que este seja um passo crítico em direção à independência energética do país. Ao mesmo tempo, outros países, incluindo a Índia e os Estados Unidos, também estão realizando pesquisas sobre o uso de tório em reatores nucleares.

O Instituto de Xangai também lançou um projeto paralelo – uma instalação de pesquisa de reator modular de sal fundido de tório em pequena escala – no mesmo local no deserto para avançar na tecnologia e enfrentar desafios técnicos, conforme informações no site do instituto. Os reatores modulares de pequena escala oferecem múltiplos benefícios, incluindo flexibilidade, recursos de segurança aprimorados e custo-benefício. Esses reatores nucleares modulares de pequeno porte (SMR, na sigla em inglês) podem variar de 10 MW a 300 MW de potência, são significativamente menores do que os reatores tradicionais e podem ser fabricados em uma planta centralizada e depois enviados para o local de instalação. A expectativa é que eles possam ser usados para fornecer energia em áreas remotas, suportar redes elétricas menores, ou até mesmo servir como um complemento para energias renováveis intermitentes, como a energia eólica e solar. 🌬🌞

Para concluir, é importante lembrar que, embora a energia nuclear possa desempenhar um papel importante na luta contra as mudanças climáticas, ela deve ser usada de forma responsável e segura. Isso inclui o gerenciamento cuidadoso dos resíduos nucleares, a implementação de medidas rigorosas de segurança e a consideração cuidadosa dos possíveis impactos sociais e ambientais. 🌅

https://www.scmp.com/news/china/science/article/3224183/china-gives-green-light-nuclear-reactor-burns-thorium-fuel-could-power-country-20000-years

💯 Saiba quais são as habilidades necessárias para funcionários humanos sobreviverem à IA em 2023

Quando olhamos para a história de todos os avanços tecnológicos que já fizemos, duas coisas ficam bem claras:

• Com cada inovação, muita gente teve que mudar de emprego e, em alguns casos, até perderam o trabalho de vez. 👨🏿‍🏭

Sempre surgiram novos empregos, geralmente exigindo habilidades mais sofisticadas, que melhoraram a situação econômica e as condições de trabalho dos profissionais. 👩🏼‍🔬

Na maior parte da história humana, a agricultura, ou melhor dizendo, o fornecimento de alimentos e outros recursos, era a principal atividade econômica, responsável pela maior parte do PIB e do emprego da época, até que a revolução industrial virou esse jogo. Hoje em dia, a agricultura contribui pouco para a economia, e globalmente, o emprego nesse setor é de 10% ou menos na maioria dos países desenvolvidos.

Sempre que acontecia uma grande revolução, muita gente ficava preocupada em perder seu ganha-pão e alguns até protestavam – e muitas vezes de forma bem violenta. Mas, não vejo ninguém pedindo para voltar a trabalhar duro no campo, depois que as máquinas tiraram as pessoas dessas funções.

É por isso que eu não acredito que a adoção em massa da IA nos ambientes de trabalho modernos vá quebrar esse padrão. Acho bem mais provável que ela vai facilitar o nosso trabalho ao invés de nos tornar obsoletos. Mas, a gente tem que se adaptar a isso – como mostra o relatório anual “Work Trend Index” da Microsoft, lançado no mês passado, fundamentado em uma pesquisa com 31.000 indivíduos em 31 mercados globalmente, aliado à análise interna de trilhões de sinais de produtividade do Microsoft 365, além das tendências de trabalho do LinkedIn Economic Graph, que sugere que extrair mais valor da força de trabalho supera as reduções de pessoal como uma expectativa para a inteligência artificial. 🤖

Work Trend Index 2023 Microsoft

Não só a produtividade é o ponto principal para o dobro dos entrevistados, mas todas as outras respostas estão de alguma forma ligadas a melhorar o jeito como a gente trabalha, seja tornando tudo mais eficiente ou melhorando o bem-estar da galera no trabalho.

Claro que tem gente que vai falar que isso pode ser explicado por duas coisas:

• Os entrevistados, que são humanos, sabem que nenhum trabalho de escritório está 100% seguro, então, tendem a falar mais do impacto positivo que a IA pode ter na nossa eficiência, em vez de falar da substituição completa de pessoas (o que um dia pode significar eles próprios).

• No estado atual, as soluções de IA que a gente pode usar na maioria dos escritórios ainda não estão avançadas o suficiente para dar respostas perfeitas ou criar qualquer resultado desejado sem a nossa ajuda.

Mas, mesmo que um dia a IA fique tão avançada a ponto de fazer tudo que a gente faz tão bem quanto a gente (ou até melhor), a pergunta continua – pra quê?

Afinal, a gente que tem que definir a direção de cada empresa – e todas elas produzem produtos e oferecem serviços para outros humanos, não para computadores super avançados.

A inteligência artificial não existe por si só, ela existe para servir a nós, humanos. Ela só faz o que a gente manda. E mesmo com todas as suas capacidades quase infinitas, ela nunca vai saber o que é ser humano. 🙋🏿

Por isso, a gente vai ter que melhorar algumas das nossas habilidades para tirar o máximo proveito do nosso novo relacionamento com assistentes artificiais – e aqui estão as mais importantes, de acordo com o relatório “Work Trend Index 2023”, da Microsoft, onde aparece a lista de habilidades que os líderes acreditam que serão essenciais para os funcionários em um futuro alimentado por IA:

  • Flexibilidade: ajuste-se rapidamente à integração da IA no fluxo de trabalho
  • Inteligência emocional: determine quando alavancar uma capacidade humana em vez de uma capacidade de IA
  • Julgamento analítico: determine quando aproveitar uma capacidade de IA em vez de uma capacidade humana
  • Avaliação criativa: avalie o conteúdo produzido pela IA
  • Curiosidade intelectual: faça as perguntas certas à IA
  • Detecção e tratamento de vieses: avalie a equidade da IA na tomada de decisão
  • Delegação de IA (prompts): direcione a IA com os prompts certos

A exigência de maior flexibilidade é fundamental e a mais desgastante de todas.

Nossos ambientes de trabalho já mudaram bastante, com menos gente curtindo uma carreira inteira na mesma empresa. Saltar de emprego em emprego virou o normal, e agora, um mar de gente vai sentir o peso de se ajustar rapidinho às novidades que a IA traz, mesmo dentro dos seus próprios postos.

Durante o último ano, quase não teve mês ou semana que não apareceu alguma novidade nessa área. E à medida que esses serviços vão saindo das mãos dos nerds que brincam com eles por diversão e virando parte do dia a dia de qualquer trabalho, quem conseguir acompanhar essa revolução vai se destacar.

Quem está na luta pode até se ver sem lugar para ficar. Todo o resto dessa lista é só um outro jeito de entender e usar a IA a nosso favor – e quem for mais flexível provavelmente vai se dar bem em todas as outras áreas.

Saber o que perguntar, como perguntar, como se conectar à IA, além de ter controle criativo sobre o resultado e medir isso de acordo com os objetivos da empresa, tudo isso precisa de curiosidade e automotivação para acompanhar as mudanças e dominá-las o mais rápido possível.

É meio paradoxal, mas a IA coloca mais demandas em nós humanos, antes mesmo de realmente poder nos ajudar. O escritório moderno vai precisar mais de pensadores, líderes e pessoas que definem metas. 🧠

Logo, logo, qualquer tarefa poderá ser feita quase instantaneamente – nós humanos seremos avaliados pela ideia e pelos resultados que ela traz para o negócio. Se esconder atrás da rotina diária e fingir que está trabalhando não vai ser mais uma opção, porque logo não vai ter mais rotina no escritório.

A revolução da IA vai acabar com os preguiçosos e vai destacar os mais criativos, porque – já que todas as empresas terão acesso às mesmas ferramentas poderosas – a diferença no desempenho vem de como os humanos no comando as dirigem. 👨🏼‍🎨

🧠 Empresas no futuro poderão realizar monitoramento cerebral de seus funcionários

Acho mega importante estarmos prontos para encarar a IA, já que no futuro as empresas podem começar a usar essa tecnologia de monitoramento cerebral para escolher ou contratar pessoas, segundo o pessoal do Escritório do Comissário de Informações, o ICO, que lançou o primeiro estudo sobre “neurodados”, que são dados que a gente pega do cérebro e do sistema nervoso. O monitoramento no trabalho é apenas uma das várias possibilidades dessa neurotecnologia que o “Tech Futures: Neurotechnology” aborda. 👁‍🗨

“Olhando os indicadores que estamos acompanhando, vemos um crescimento rápido, tanto em investimento quanto em patentes sendo criadas nessa área”, disse Stephen Almond, do ICO, pra BBC News. 📈

A neurotecnologia já está sendo utilizada na área da saúde, com regras bastante rígidas, afirma o ICO. Eles implantaram dispositivos eletrônicos no cérebro de Gert-Jan Oskam, que ficou paralisado em um acidente de bicicleta há 12 anos, e ele conseguiu voltar a caminhar. A Neuralink, do Elon Musk, por exemplo, está procurando novas maneiras de conectar computadores aos nossos cérebros e enquanto isto, mesmo longe de se tornar um produto comercial, já vale 5 bilhões de dólares. 🧠 💰

O interesse comercial nesta tecnologia está em ascensão e a Inteligência artificial também está abrindo novas possibilidades, com projetos de pesquisa agora capazes de decifrar frases e palavras apenas a partir de exames cerebrais. Isso pode acabar ajudando pacientes com síndrome de bloqueio, que estão conscientes, mas não podem se mover ou falar.

No entanto, o relatório concentra-se em tecnologias futuras, utilizadas como exemplos para discutir as questões que os neurodados apresentam. Em quatro ou cinco anos, sugere o ICO, “à medida que o monitoramento dos funcionários aumenta, o local de trabalho pode começar a usar a neurotecnologia para segurança, produtividade e recrutamento”.

Capacetes ou equipamentos de segurança poderão medir a atenção e o foco de um funcionário em ambientes de alto risco. E os gestores poderão utilizar isso para avaliar como os membros de suas equipes reagem ao estresse no trabalho, disse Almond. 👷🏽

A longo prazo, na área educacional, dispositivos de monitoramento cerebral podem ser utilizados para medir os níveis de concentração e estresse dos estudantes. 👨🏽‍🎓

O “neuromarketing” já está sendo aplicado em pequenas pesquisas controladas, onde a reação dos consumidores aos produtos é avaliada usando aparelhos médicos que medem a atividade cerebral. No entanto, existe um grande debate sobre a ética e a eficácia desta prática.

No futuro, sugere o ICO, “dispositivos não invasivos que registram respostas podem ser usados em casa para personalizar as preferências do consumidor”. O relatório descreve um cenário em que, no futuro, fones de ouvido equipados com neurotecnologia poderiam coletar dados para direcionar anúncios personalizados. 🎧

O relatório também prevê um crescimento na indústria de jogos e entretenimento, onde alguns jogos e drones já são controlados por dispositivos que capturam leituras cerebrais. 🕹

No entanto, o ICO está preocupado com a possibilidade de que esta tecnologia possa levar à discriminação, se não for desenvolvida e implementada corretamente. A própria tecnologia pode ser tendenciosa, fornecendo análises imprecisas para certos grupos de pessoas, adverte Almond. Existe também o risco de os empregadores utilizarem a neurotecnologia para discriminar “certos tipos de características neurodivergentes”. A tecnologia pode revelar condições que a pessoa nem sabe que possui. 😢

Além disso, existem questões delicadas relacionadas ao consentimento. Os neurodados são gerados subconscientemente, afirma o relatório, e não temos controle direto sobre as informações específicas que são reveladas.

“Se você não sabe o que a tecnologia vai revelar sobre você, pode realmente dar o seu consentimento antecipado para o processamento desses dados pessoais?” questiona Almond. “Porque, uma vez que é revelado, você tem menos controle sobre eles.” 🤐

O ICO espera finalizar um novo guia sobre neurodados até 2025. Vale reforçar que a neurotecnologia traz tanto possibilidades como preocupações. Embora possa ser usada para melhorar a segurança e a produtividade no trabalho, bem como personalizar experiências de consumo, é fundamental que seu desenvolvimento e uso sejam feitos de maneira cuidadosa e ética, a fim de evitar discriminação e proteger a privacidade e o consentimento das pessoas.

https://www.bbc.com/news/technology-65822889

E se você gosta destas novidades que trago na Carta do Especialista, já pensou que muitas delas podem fazer a diferença na sustentabilidade da sua empresa?

Sim…A sobrevivência das empresas hoje do mercado está diretamente ligada às tecnologias que ela adota que, ao lado das pessoas e dos processos, são os pilares de sustentação dos negócios.

A atenção a estes 3 pilares são fundamentais para que as empresas avancem em sua jornada de Transformação Digital e tenham sucesso nos seus negócios.

Para você, que é leitor da minha newsletter, ofereço de maneira gratuita um diagnóstico do Nível de Maturidade da Organização em relação à Transformação Digital, que deve ser preenchido pelo diretor ou pelo responsável de tecnologia da sua empresa:

https://pt.surveymonkey.com/r/transformacaodigital

Me coloco à disposição, inclusive, para agendar um bate-papo virtual e discutir os resultados e possíveis ações que possam ser implementadas! 😉

Renato Grau

https://linktr.ee/renatograu

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Renato Grau

Engenheiro, futurista e especialista em Transformação Digital

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